Uma geração mais jovem e mais ousada de democratas da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong obteve a maioria dos votos nas primárias organizadas pelos movimentos pró-democráticos da antiga colónia britânica. Os activistas preparam uma dura batalha eleitoral contra o campo pró-Pequim com o objectivo de garantir, em Setembro, o controlo do Conselho Legislativo.
O sucesso dos candidatos mais jovens nas primárias, organizadas pelo campo pró-democracia no fim-de-semana passado para escolher candidatos para a eleição dos 70 lugares do hemiciclo, chega num momento de ressentimento generalizado com a lei da segurança nacional imposta pela República Popular da China no mês passado.
Pequim considerou a votação ilegal e alertou que pode ter violado a nova lei de segurança, o que cria novos receios face ao escrutínio agendado para Setembro.
O proeminente activista Joshua Wong venceu na região pela qual é candidato, mas foi desqualificado em actos eleitorais no passado e pode vir a enfrentar obstáculos semelhantes desta vez.
Wong alertou contra a tentação de uma eventual desqualificação abrangente dos candidatos escolhidos nas primárias, durante uma conferência de imprensa com 15 outros candidatos jovens que venceram nas respectivas circunscrições eleitorais.
“Se o governo optar pela repressão e desqualificar todos os candidatos que participaram nestas primárias, essa decisão vai causar mais revolta na comunidade internacional e vai incentivar ainda mais pessoas a votarem no campo pró-democracia em Setembro”, defendeu Wong.
Os 16 – todos, excepto um, com menos de 30 anos e vestidos com camisolas pretas – são parte do chamado campo de resistência e de movimentos ditos “localistas”. Os candidatos jovens ofuscaram os democratas tradicionais, que tinham conseguido vagas para 12 candidatos até a tarde de quarta-feira.
Os localistas, termo que designa aqueles que não se veem como chineses e se dedicam a preservar as liberdades da antiga colónia britânica, tendem a ser mais enfáticos do que os democratas tradicionais.
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