
A lei da Segurança Nacional ainda não está em vigor há 24 horas na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong e as forças de segurança da antiga colónia britânica já prenderam sete pessoas acusadas de terem transgredido o diploma. No total, a polícia prendeu 180 manifestantes, durante acções de protesto a que se associaram milhares de pessoas.
As manifestações assinalaram o 23o aniversário do regresso de Hong Kong à soberania chinesa, prefigurando-se como um desafio à nova lei da segurança nacional aprovada terça-feira pela Assembleia Nacional Popular, em Pequim e adoptada pelo Governo da antiga colónia britânica horas depois.
Os 180 manifestantes conduzidos à esquadra foram detidos “por participação em concentrações não autorizadas, perturbação da ordem pública, posse de ‘armas perigosas’, entre outras infrações”, informou a polícia, numa breve comunicado publicado na rede social Twitter. Entre os detidos estão sete pessoas que foram presas por “alegadamente” terem violado a Lei da Segurança Nacional.
A primeira detenção por violação do polémico diploma legal foi anunciada ao início da tarde, com o primeiro detido a ser preso por transportar uma bandeira onde se lia “independência para Hong Kong” tanto em chinês, como em inglês.

As autoridades da vizinha Região Administrativa Especial colocaram esta quarta-feira na rua um forte dispositivo policial, depois de terem proibido as manifestações e desfiles com que a data era habitualmente assinalada. Foi a primeira vez que as acções de protesto foram proibidas desde o regresso do território à soberania chinesa.
Para a oposição pró-democracia de Hong Kong, a nova legislação constitui um sério retrocesso em matéria de direitos, liberdades e garantias. Durante as manifestações a polícia dispersou grupos de dezenas de manifestantes com o recurso a jactos de água misturada com uma solução de pimenta irritante. Os jactos atingiram repetidamente jornalistas que cobriam os protestos em Causeway Bay.
Antes ainda da manifestação, o Governo Central defendeu que a lei de segurança nacional de Hong Kong, “fortalece a fórmula ‘Um país, Dois sistemas'”, além de garantir a “prosperidade e estabilidade” do território vizinho: “A legislação é a segunda mais importante depois da Lei Básica e é um marco na política do Governo central em relação a Hong Kong”, apontou o vice-director do Gabinete de Ligação de Pequim em Hong Kong, Zhang Xiaoming.
Zhang definiu o texto como uma “abordagem firme e flexível da situação na cidade” considerando “normal que as pessoas em Hong Kong tenham dúvidas” sobre a lei. O responsável defendeu que a lei “vai fortalecer claramente” o modelo de governação ‘Um País, Dois sistemas’, que garante a autonomia da cidade em relação à República Popular da China.
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