O local de estudo de Giulio Giovanni, de 12 anos, tem uma vista que muitos invejariam: um campo imaculado de colinas ondulantes, vinhedos e olivais sob o sol da Toscana.
Se Giulio pudesse escolher, assistiria às aulas pela Internet em casa, como os demais estudantes que se encontram enclausurados em Itália, mas o cenário bucólico sob uma árvore a 1,5 quilómetro de distância é o mais próximo com sinal de rede.
“Nos dias em que tenho aulas, trago de casa uma mesa, um banco e minha mochila com o tablet e todos os livros de que preciso. Depois, a minha mãe traz-me para cá de carro”, disse Giulio na quarta-feira, dia em que foi brindado com sol e uma brisa suave.
A mãe leva-o todos os dias ao local, nos arredores da pequena cidade toscana de Scansano, porque o telefone fixo não funciona há meses e não há sinal de telemóvel na área: “Então, para que possa participar nas aulas, temos que vir para aqui. Só aqui conseguimos ligação à Internet”, disse a progenitora, explicando que usa o telemóvel como ponto de acesso móvel.
“Montamos tudo e estamos prontos para as aulas”, complementa Giulio.
“Prefiro estar na escola, porque ao menos lá estou entre amigos. Aqui só os vejo pelo ecrã. Na escola poderia vê-los em cerne e osso.”
A mãe disse que está a processar a empresa telefónica por estar a demorar tanto tempo para consertar a linha de telefone fixo.
Até lá, ela vai continuar a levar Giulio ao local. Enquanto outros se poderiam sentir tentados a desfrutar do esplendor natural da Toscana, ele aciona o aplicativo “sala de aula” no seu tablet e inicia mais um dia de aulas.
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