Diego, a tartaruga que salvou a própria espécie, vai ser libertada

Diego, a tartaruga que salvou a sua espécie do risco de extinção, vai voltar em Março à ilha de onde é oriunda, nas Galápagos, após concluir o programa de reprodução em cativeiro da variedade, cuja população acabou por ser recuperada.

O fim do programa “inclui a devolução dos 15 adultos reprodutores”, entre os quais está Diego, um supermacho da espécie “Chelonoidis hoodensis” pai de pelo menos 40 por cento das crias que actualmente estão na ilha de Espanhola, de onde é originário, informou nesta sexta-feira (10) o Parque Nacional das Galápagos (PNG).

Em conjunto com o centenário Diego, que foi repatriado em 1976 de um Jardim Zoológico norte-americano, voltarão à ilha de Espanhola em Março 12 fêmeas e dois machos, com os quais o Parque iniciou o programa de reprodução em meados da década de 1960 na ilha de Santa Cruz.

Desde então, a população desta espécie de tartaruga aumentou, chegando aos 2 mil exemplares, afirmou o Parque Nacional das Galápagos: “Foram devolvidas cerca de 1.800 tartarugas à ilha de Espanhola. E agora, contando com a reprodução natural, temos aproximadamente 2 mil tartarugas”, disse à agência France Press Jorge Carrión, director do parque.

Este esforço demonstra que as tartarugas “são capazes de crescer, são capazes de se reproduzir, são capazes de desenvolver a sua vida natural”, acrescentou.

Diego voltará a sua ilha de origem “quase oito décadas depois de ter sido extraído”, disse o Parque Nacional das Galápagos. Durante 30 anos o quelónio teve como casa o Jardim Zoológico de San Diego, de quem herdou o nome. Esta tartaruga é a antítese de George, o último exemplar da espécie “Chelonoidis abigdoni”, que morreu em 2012 após se negar a cruzar em cativeiro.

Diego é “a tartaruga macho que providenciou grande parte da linhagem que estamos a devolver à ilha de Espanhola” e existe um sentimento de “felicidade ao ter a possibilidade de devolver esta tartaruga a seu estado natural”, comentou Carrión.

Antes de regressar à ilha, as tartarugas têm que passar por um período de quarentena para evitar que levem com elas sementes que não são endémicas de Espanhola.

Carrión considera que os animais “não vão ter nenhum tipo de impacto após voltarem” à Espanhola, pois no Parque estão dadas “as condições mais naturais possíveis. A alimentação não é exagerada, é limitada, justamente tentando imitar as condições” do seu habitat natural.

O Parque Nacional das Galápagos vai manter o programa de reprodução em cativeiro para outras quatro espécies das ilhas Floreana, São Cristóvão e Isabela, que integram o arquipélago situado a mil quilómetros da costa equatoriana, considerado Património Natural da Humanidade, dada a sua flora e fauna únicas.

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