A vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong vai despedir-se de 2019 e entrar em 2020 com múltiplos protestos planeados tanto para a véspera, como para o dia do Ano Novo. As manifestações visam transtornar as festividades e as compras na antiga colónia britânica, que tem vindo a testemunhar um aumento dos confrontos entre a polícia e os manifestantes desde o Natal.
Eventos baptizados com a designação “Dane-se a Véspera” e “Às compras consigo” estão a ser marcados para terça-feira, véspera de Ano Novo, em áreas como a zona de bares de Lan Kwai Fong, o pitoresco Victoria Harbour e vários centros comerciais populares, de acordo com convocatórias postadas nas redes sociais.
Uma marcha pró-democracia agendada para o 1º de Janeiro, que recebeu autorização da polícia, tem início marcado para um parque público da movimentada Causeway Bay e terminará no principal bairro comercial.
Os organizadores da Frente Civil dos Direitos Humanos estiveram por trás das marchas pacíficas que reuniram milhões em Junho e realizaram um protesto em massa no início de Dezembro que disseram ter congregado cerca de 800 mil pessoas: “No dia do Ano Novo, precisamos mostrar a nossa solidariedade… para resistir ao Governo. Esperamos que o povo de Hong Kong saia à rua pelo futuro de Hong Kong”, disse Jimmy Sham, um dos líderes do grupo.
Os protestos arrancaram em Junho em reacção a um projecto de lei já descartado que teria autorizado extradições para a China continental, cujos tribunais são controlados pelo Partido Comunista. Depois disso, a contestação transformou-se num movimento pró-democracia mais abrangente.
A polícia disse que vai mobilizar patrulhas de controlo de multidões na terça-feira e exortou os participantes da marcha de quarta-feira a manterem-se pacíficos.
Numa publicação colocada no Facebook, o comissário de polícia Chris Tang agradeceu aos agentes da linha da frente por garantirem “a segurança e a estabilidade” de Hong Kong e emitiu um alerta aos manifestantes: “Se recorrerem à violência, não terão apoio do público. Nós, a polícia, faremos tudo que pudermos para vos neutralizar”, disse Tang.
As manifestações planeadas para o dia do Ano Novo vêm na esteira do aumento de confrontos registado desde a véspera do Natal, quando a polícia de choque usou gás lacrimogéneo contra milhares de manifestantes após confrontos em centros comerciais.
Embora as manifestações, que se prolongam já por sete meses, tenham perdido dimensão e intensidade nas últimas semanas, marchas ou reuniões continuam a ocorrer quase diariamente.
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