Japão. Coligação de Abe vence, mas revisão constitucional fica na gaveta

A coligação que actualmente governa o Japão alcançou no domingo uma maioria sólida na Câmara Alta do Parlamento do Japão, nas eleições que se realizaram no domingo, mas o bloco liderado por Shinzo Abe não conseguiu alcançar a maioria de dois terços que lhe permitiria avançar com uma revisão da Constituição actualmente em vigor no Japão.

Abe, que assumiu o poder em Dezembro de 2012 com a promessa de recuperar a economia e reforçar a defesa nacional, está a um passo de se tornar o primeiro-ministro que durante mais tempo governou o Japão caso permaneça no cargo até Novembro. Trata-se de uma façanha incrível, depois do seu primeiro mandato se ter prolongado por menos de um ano e ter terminado abruptamente em 2007. 

A ida às urnas, no entanto, provavelmente ficou abaixo da marca dos 50 por cento pela primeira vez numa eleição para a Câmara Alta do parlamento desde 1995, disse a NHK, sinal de que muitos eleitores ressentiram-se da ausência de alternativas atractivas.

O Partido Liberal Democrata (LDP, na sigla em inglês), de Abe, e o seu aliado Partido Komeito ficarão com pelo menos 69 dos 124 assentos em disputa na Câmarta Alta do Parlamento, que conta com 245 parlamentares. Nove assentos ainda estão ainda por decidir, de acordo com a NHK.

A televisão japonesa adianta que a coligação liderada por Shinzo Abe não alcançou os 85 assentos necessários para obter a “supermaioria” de dois terços exigida para começar a rever o Artigo 9 da Constituição, que legitima a existência das forças de defesa japonesas, uma medida que está a criar divisões no país. 

Abe, no entanto, defende que a amplitude da vitória mostra que os eleitores querem debater alterações à Constituição pela primeira vez desde que o texto foi promulgado após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. 

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