
As forças de segurança da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong carregou esta tarde sobre os manifestantes, numa das zonas de acesso ao Conselho Legislativo. A polícia disparou balas de borracha e gás lacrimogéneo contra um grupo de manifestantes. A investida terá deixado pelo menos um jovem ferido com gravidade.
A polícia recorreu ao uso da força para obrigar os manifestantes a dispersar.
À carga policial, os manifestantes tentaram travar o avanço da polícia com o arremesso de grades, mas a esmagadora maioria colocou as mãos no ar. Outros começaram a distribuir máscaras de protecção contra o gás pimenta.
A investida fez culminar um dia de forte tensão na vizinha colónia britânica. Centenas de milhares de manifestantes começaram a concentrar-se às primeiras horas da manhã em Wanchai e Admiralty em protesto contra a proposta de lei, cujo debate no Conselho Legislativo devia ter arrancado esta quarta-feira.
Em reacção aos incidentes, o Comissário da Polícia da vizinha Região Administrativa Especial, Stephen Lo, defendeu a utilização de gás pimenta, de balas de borracha e de munições com sacos de feijão para dispersar os manifestantes por considerar que as ruas de Admiralty estavam a ser palco de um motim.
Numa conferência de imprensa realizada esta tarde, Stephen Lo recusou no entanto a possibilidade das autoridades da vizinha RAEHK poderem vir a decretar o recolher obrigatório. O Comissário da Polícia da antiga colónia britânica assegurou ainda, na resposta a questões colocadas pelos jornalistas, que as forças de segurança apenas recorreram ao uso da força depois das linhas de defesa das forças de segurança terem sido atacadas.

Lo sustenta que se a polícia não tivesse carregado sobre a multidão, “os manifestantes teriam utilizado barras de metal para apunhalar” os agentes da linha da frente.
O Comissário da Polícia da vizinha RAEHK acusou ainda os manifestantes de sequestrarem funcionários do Governo que se encontram retidos na zona de Admiralty desde manhã.
Stephen Lo não afastou a possibilidade das autoridades da antiga colónia britânica poderem vir a pedir apoio ao Exército de Libertação Popular, ainda que a hipótese se afigure remota. O Comissário da Polícia da RAEHK está confiante de que as forças de segurança de Hong Kong têm capacidade para conter a situação e assegura que “nesta fase” não tenciona solicitar ajuda às autoridades do Continente.
Lo considerou a situação em Admiralty “perigosa” e “caótica” e exortou os residentes e visitantes de Hong Kong a manterem-se afastados da área.
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