
A República Popular da China está disposta a jogar a cartada das terras raras como retaliação na guerra comercial com os Estados Unidos da América. A possibilidade foi esta quarta-feira pela imprensa chinesa. A medida, vista como um trunfo de Pequim, deve exponenciar as tensões já existentes entre as duas maiores economias do mundo.
A visita do presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a uma unidade de processamento de terras raras na semana passada suscitou especulação sonre a possibilidade de a China poder vir a usar a sua posição dominante como exportadora de terras raras para os Estados Unidos da América como trunfo no diferendo comercial que mantém com as autoridades de Washington.
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos usados em aplicações que abarcam desde a tecnologia de ponta até equipamentos militares. A perspectiva de que o valor dos 17 elementos possa subir como consequência da guerra comercial já suscitou a valorização acentuadas dos títulos bolsistas dos principais produtores de terras raras. A empresa visitada por Xi Jinping na semana passada está entre as mais beneficiadas.
Até ao momento, a China ainda não disse explicitamente que vai restringir a venda de terras raras aos Estados Unidos, mas os meios de comunicação social chineses antecipam hoje essa possibilidade.
Num editorial intitulado “Estados Unidos, não subestimem a capacidade chinesa de contra-atacar”, o jornal Diário do Povo enfatizou a “desconfortável” dependência dos EUA em relação às terras raras da China: “As terras raras vão se tornar uma arma com a qual a China ficará capacitada para reagir contra a pressão a que foi submetida pelos Estados Unidos sem qualquer razão? A resposta não é um mistério”, pode ler-se no jornal oficial do Partido Comunista Chinês.
“O lado norte-americano quer utilizar, sem dúvida, os produtos fabricados pelas terras raras exportadas da China para conter e reprimir o desenvolvimento da China. O povo chinês nunca aceitará isso!”, sustenta o editorialista do Diário do Povo.
“Nós aconselhamos as autoridades norte-americanas a não subestimar a capacidade do lado chinês de salvaguardar os seus direitos e as suas metas de desenvolvimento. Não digam que não vos avisamos.”, ameaça o jornal
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