Para os representantes de Macau e de Hong Kong na Assembleia Nacional Popular, o projecto da Grande Baía vai beneficiar sobretudo as gerações mais jovens. Para José Chui Sai Peng, representante do território e deputado à Assembleia Legislativa, Macau deverá ficar a ganhar em termos de indústria turística e de projecção internacional.
O projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau oferece aos jovens das Regiões Administrativas Especiais de Macau e de Hong Kong uma plataforma para que possam trabalhar e investir na República Popular da China, defenderam na terça-feira vários representantes do território e da antiga colónia britânica durante uma mesa redonda promovida à margem da reunião plenária da Assembleia Nacional Popular.
Vasta, a região da Grande Baía é um viveiro de gente altamente qualificada, com uma visão internacional e com capacidade para tirar o melhor proveito possível dos recursos partilhados pelas três regiões, defendeu Wong Ting-chung, deputado de Hong Kong à câmara parlamentar da República Popular da China, citado pelo jornal China Daily.
O representante da antiga colónia britânica sublinhou ainda o bom trabalho feito ao longo dos últimos anos, tendo em vista o desenvolvimento de uma rede de transportes eficaz. Wong, que é também presidente e director executivo da empresa têxtilNameson Group, sublinhou ainda que o projecto da Grande Baía vai trazer benefícios óbvios a empresários que, como ele, deslocaram há muitos anos as bases de produção das Regiões Administrativas Especiais para o interior da província de Cantão.
No caso do Grupo Nameson, o grosso da produção, esclarece Wong, está centrado nos arredores da cidade continental de Huizhou.
“Espero que os jovens de Hong Kong e de Macau possam olhar para a região da Grande Baía como uma alternativa à prossecução dos seus estudos ou mesmo de uma carreira profissional. A Grande Baía, acredito, cria grandes oportunidades tanto para os jovens de Hong Kong como para os jovens de Macau. É também um projecto que pode favorecer os empresários de todo o mundo que queiram avançar para a criação de novos negócios”, complementa.
Wong sugere que o Governo central deve procurar agilizar os procedimentos alfandegários para permitir um maior fluxo de circulação de pessoas entre as três regiões. O empresário deixa uma sugestão concreta, a da assimilação por parte das autoridades do Continente das bases de dados do sistema de indentificação de residentes de Hong Kong para resolver a questão da diferença de valor das taxas a que os moradores de Macaue de Hong Kong estão sujeitos.
Wong sugere ainda que as autoridades se devem esforçar por atrair para a região polos de universidades bem conhecidas, com o propósito de ajudar a reforçar as mais valias locais do ponto de vista da criação de conhecimento.
Para José Chui Sai Peng, delegado de Macau à Assembleia Nacional Popular, há muita margem para desenvolvimento na área da Grande Baía e uma tal circunstância pode favorecer as gerações mais jovens.
No entender de Chui Sai Peng, primo de Fernando Chui Sai On, chefe do Executivo da RAEM, Macau e o Governo Central devem trabalhar em conjunto no sentido de promover a inovação e o empreendedorismo entre os mais novos.
O também deputado à Assembleia Legislativa está convicto que o projecto da Grande Baía pode vir a chamar a si um papel importante no desenvolvimento da indústria turística, com a promoção de novos destinos e a valorização dops recursos educativos existentes nas três regiões.
Chui Sai Peng não esqueceu o estatuto de Macau como plataforma entre a China e os países lusófonos e defende que a RAEM pode dar um contributo importante à promoção de relações de cooperação no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.
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