BIAL entra no mercado sul-coreano

Presente já na República Popular da China, a farmacêutica portuguesa vai disponibilizar na Coreia do Sul fármacos para tratamento da epilepsia e da doença de Parkinson. Os dois medicamentos – o Zebinix e o Ongentys – vão ser comercializados em parceria com empresas locais.

A farmacêutica portuguesa BIAL anunciou esta semana que assinou acordos para disponibilizar na Coreia do Sul os fármacos Zebinix e Ongentys. Os medicamentos são utilizados, respectivamente, no tratamento da epilepsia e da doença de Parkinson. Com a entrada da BIAL no mercado sul-coreano, sobe para 60 o número de países a farmacêutica comercializa os fármacos que produz.
“À semelhança do que já foi anunciado, este ano, para a China, com estas parcerias estamos a conquistar um novo mercado, também na Ásia, no nosso projecto de internacionalização”, indicou o diretor-executivo da BIAL, António Portela, num comunicado a que a agência Lusa teve acesso.

Com a entrada no mercado sul-coreano, os fármacos produzidos pela BIAL passam a marcar presença em 60 países e territórios um pouco por todo o mundo.

De acordo com a nota de imprensa, a farmacêutica sediada no conccelho da Trofa, distrito do Porto, está confiante na escolha dos parceiros, esperando que os dois medicamentos sejam comercializados na Coreia do Sul a partir de 2020.
Para a importação, embalagem e comercialização de Zebinix (acetato de eslicarbazepina) na Coreia do Sul, a BIAL assinou um acordo de licenciamento exclusivo com a empresa WhanIn Pharm.
O medicamento, aprovado em 2009 pela Comissão Europeia como terapêutica para adultos com crises epilépticas parciais, foi o primeiro medicamento de patente portuguesa e da BIAL a chegar ao mercado.
Comercializado também nos Estados Unidos desde 2014, o fármaco tem aprovação no tratamento de crises epilépticas parciais em adultos, adolescentes e crianças a partir dos quatro anos.
No caso do Ongentys, cuja principal componente médica é a opicapona, o mais recente fármaco de investigação BIAL recebeu em Junho de 2016 autorização da Comissão Europeia para tratar pacientes adultos com doença de Parkinson e flutuações motoras que não estão controlados com outras terapêuticas. Para a comercialização do medicamento na Coreia do Sul, a BIAL assinou um contrato semelhante com a sul-coreana SK Chemicals.
Já comercializado na Europa, em países como a Alemanha, Reino Unido e Espanha, a empresa pretende lançar o Ongentys noutros países europeus, incluindo em Portugal.
A epilepsia é um dos distúrbios neurológicos graves mais comuns em todo o mundo, estimando-se que afecte mais de 50 milhões de pessoas, tendo a Coreia do Sul cerca de 150.000 pacientes com esta patologia, de acordo com dados de 2016 recolhidos pelo Health Insurance Review & Assessment Service.
A mesma fonte estima que o país tenha cerca de 96.500 pacientes com Parkinson, doença que, de acordo com a Associação Europeia da Doença de Parkinson (EPDA), atinge cerca de 6.2 milhões de pessoas a nível global.
A 9 de Janeiro, a BIAL já tinha anunciado a comercialização do Ongentys na China, após um acordo de licenciamento exclusivo com a chinesa Wanbang. O acordo exclui Hong Kong, Macau e Taiwan e o Ongentys é o segundo medicamento disponibilizado no mercado chinês pela empresa, seguindo-se ao Zebinix.

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