Coincheck: Clientes afectados por ataque informático processam operadora japonesa

Um grupo de cinco investidores e duas empresas exige à empresa de transacção de criptodivisas o pagamento de uma compensação pelas perdas sofridas com o maior ataque de que foi alvo o sector das criptomoedas. A 26 de Janeiro, a Coincheck reportou o desaparecimento do equivalente a 436 milhões de euros na criptomoeda NEM.

Um grupo de clientes afectados pelo ataque informático de que foi alvo a empresa de transacção de criptomoedas Coincheck instaurou um processo judicial contra a operadora, exigindo o pagamento de uma compensação pelas perdas derivadas daquele que que foi até ao momento o maior ataque informático de que foi alvo o sector das moedas digitais.

O processo coletivo foi apresentado na quinta-feira no Tribunal Distrital de Tóquio por cinco cidadãos em nome individual e por duas empresas. Aos queixosos deverão juntar-se 27 outros denunciantes no final do mês, de acordo com o que anunciou Kanehito Kita, um dos representantes legais dos investidores defraudados.

A Bitcoin continua a ser a mais consolidada das criptomoedas.

O primeiro grupo de vítimas exige à Coincheck que lhes reembolse 19,5 milhões de ienes, qualquer coisa como 147.000 euros, pelo valor das criptomoedas NEM desaparecidas na sequência do ataque informático, bem como de outras moedas virtuais que se desvalorizaram por causa do incidente.

A empresa já garantiu que reembolsaria parte das perdas sofridas pelos utilizadores afectados pelo ataque de que foi alvo no passado dia 26 de Janeiro, embora quase três semanas após o incidente continua sem precisar quando o fará.

A operadora, uma das maiores do país asiático, também congelou as transferências em ienes e em outras moedas virtuais por causa da investida e aplica restrições que impedem os clientes de retirar grandes quantidades de dinheiro ou de o cambiar por algumas das moedas virtuais.

O ataque esteve na origem do desaparecimento de moedas NEM no valor de cerca de 58.000 milhões de ienes (436 milhões de euros) e afectou mais de 260 mil clientes.

Depois de se ter ficado a saber que o ataque só foi bem-sucedido devido a brechas no sistema de segurança da Coincheck, o regulador financeiro do Japão instou mais de três dezenas de operadoras

de criptomoeda a corrigir eventuais fragilidades, para que casos similares não se voltem a repetir.

As autoridades japonesas continuam a investigar o incidente para tentar encontrar os responsáveis pelo ataque, uma tarefa que confronta polícia e especialistas com enormes desafios técnicos, uma vez que a maioria das moedas virtuais NEM que desapareceram foram trocadas por outras cripotodivisas.

O ataque faz lembrar o que foi sofrido pela também japonesa Mt. Gox em 2014. A empresa acabou por declarar falência na sequência do incidente e o ataque acabou por ter um impacto considerável na cotação da bitcoin e das principais moedas do tipo.

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