Covid-19. Novos confinamentos geram protestos em Xangai

Fotografia: He Zhu/Unsplash

Centenas de residentes de Xangai, que se encontram novamente confinados apesar das autoridades terem anunciado o levantamento das restrições anti-covid na semana passada, manifestaram a sua indignação esta segunda-feira após dois meses de lockdown, constataram jornalistas da AFP.

A capital económica da China, uma das cidades mais cosmopolitas do país, foi confinada por etapas desde o fim de Março em resposta a um aumento do número de infecções pelo novo coronavírus no país.

Após levantar várias restrições nas últimas semanas, as autoridades permitiram aos moradores de zonas de “baixo risco” circular livremente pela cidade.

Mas centenas de milhares de pessoas continuam a ser submetidas a restrições e algumas devem ser confinadas novamente depois de descobertos novos casos de pessoas infectadas.

Impedidos de deixar as suas casas, dezenas de moradores de um complexo residencial no bairro de Xuhui, no centro de Xangai, criticaram os funcionários governamentais, vestidos com trajes completos de protecção: “Atendam a população” gritavam, através dos portões que separam as suas casas da rua.

“Estou indignado!” disse um homem, que se identificou apenas como Li, por medo de represálias. Segundo ele, o moradores revoltaram-se após o confinamento repentino do bairro, no sábado passado. “Ao fim de dois meses de confinamento, já não aguentamos mais. Se estamos todos negativos neste condomínio, porque razão nos prendem?”, perguntou.

Os moradores do condomínio temem serem enviados para um centro de quarentena, de acordo com a imprensa local, numa mensagem que foi rapidamente censurada nas redes sociais.

A República Popular da China é a única grande economia mundial que persiste na sua estratégia de “Covid zero”, sob a qual os casos positivos são isolados e, às vezes, todos os moradores de um edifício devem cumprir quarentena.

 

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