A polícia da Região Administrativa Especial de Hong Kong encerrou na sexta-feira várias partes do parque Victoria, onde costumavam decorrer as vigílias em memória das vítimas da Praça da Paz Celestial, na véspera do 33º aniversário dos protestos duramente reprimidos pela República Popular da China.
O objetivo é “impedir qualquer concentração proibida que poderia atentar contra a segurança e a ordem pública e propagar o coronavírus”, afirmou um porta-voz da corporação.
Na quinta-feira, a polícia já tinha advertido a população para que não comparecesse às manifestações, que violariam a lei de segurança nacional de 2020 imposta por Pequim no território – até agora semi-autónomo – para esmagar a dissidência pró-democrática.
No passado, Hong Kong era, a par de Macau, o único território chinês onde eram toleradas as comemorações e homenagens às vítimas do chamado Massacre da Praça da Paz Celestial, que ocorreu a 4 de Junho de 1989. Naquele dia, o governo chinês enviou soldados e tanques para reprimir brutalmente manifestantes pacíficos pró-democracia.
A maior parte do parque Victoria deverá ficar encerrada até a manhã de domingo, detalhou a polícia de Hong Kong. Uma forte presença policial já marcava presença nos arredores do parque na noite de sexta-feira.
A vigília anual já tinha sido proibida em 2020 e 2021, com as autoridades a basearem a proibição de reuniões devido à Covid-19.
Este ano, os principais organizadores das comemorações mantiveram um perfil discreto, mas a polícia disse ter visto nas redes sociais convocações para mobilizações no parque e nos seus arredores.
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