O deputado britânico que tinha sido suspenso do Partido Conservador, do actual primeiro-ministro Boris Johnson, anunciou este sábado a decisão de renunciar depois de admitir que por duas vezes assistiu pornografia no seu telemóvel enquanto decorriam sessões parlamentares na Câmara dos Comuns “num momento de loucura”.
Os conservadores suspenderam Neil Parish na sexta-feira, depois de ele ter sido reportado ao comissário de regras do Parlamento.
Parish renunciou no sábado, apesar de ter dito anteriormente que continuaria como membro do Parlamento enquanto a investigação estivesse em andamento: “Consegui ver o furor popular e o prejuízo que estava a causar à minha família e à minha filiação eleitoral, não valia mais a pena continuar”, disse Parish em lágrimas, numa entrevista concedida à BBC no sábado.
Parish, que é agricultou, disse que a primeira vez que viu material explícito encontrou-o por acidente, ao procurar tractores num website de nome semelhante, e que então assistiu “durante algum tempo, o que não deveria ter feito”: “Mas o meu crime, o meu maior crime, é que, em outra ocasião, eu entrei por uma segunda vez, e isso foi de propósito. Eu estava sentado, à espera para votar, ao lado da Câmara.”
Interrogado sobre o que estava a passar pela sua cabeça, ele desculpou-se com “um momento de loucura”.
No início da semana, a imprensa britânica deu conta de que uma ministra disse ter visto um colega a ver material pornográfico enquanto estava sentado ao seu lado na Câmara dos Comuns. O mesmo parlamentar assistiu depois a pornografia durante uma audiência de uma das comissões parlamentares.
“Eu não tenho orgulho do que estava a fazer”, disse Parish, acrescentando que não tinha intenção de que aqueles a seu lado o vissem. “Eu não vou defender o que fiz. O que eu fiz foi absolutamente, totalmente errado. Acho que perdi completamente a noção.”
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