A polícia do Sri Lanka matou a tiro um homem e feriu outros 10 na terça-feira, no primeiro confronto mortal com manifestantes que protestavam devido à crise económica que se abateu sobre o país.
A polícia disparou balas reais contra uma multidão que bloqueou uma estrada na cidade central de Rambukkana para protestar pela escassez de gasolina e pelos elevados preços dos combustíveis, segundo informaram à AFP funcionários dos hospitais e da polícia.
A manifestação foi um dos muitos protestos espontâneos que ocorreram no Sri Lanka na terça-feira, depois de o principal distribuidor de gasolina do país ter subido os preços em quase 65 por cento.
Dezenas de milhares de motoristas indignados bloquearam as rodovias em várias partes do país para condenar a medida. Os 115 quilómetros de rodovia que separam Colombo de Kandy, no centro do país, foram bloqueados em vários pontos pelos protestos, acrescentou a polícia.
O Sri Lanka, que enfrenta a pior crise económica desde a sua independência, em 1948, anunciou, em 12 de Abril, que não iria pagar 51 mil milhões de dólares da sua dívida externa.
O país agora tenta obter um resgate de entre três mil milhões a quatro mil milhões de dólares junto do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo precisa de dólares para financiar as suas importações de combustível, entre outros produtos essenciais.
A principal distribuidora de combustíveis do país, a Ceylon Petroleum Corporation (CPC), aumentou os seus preços em 64,2 por cento. A empresa pública também suspendeu o racionamento imposto desde a última sexta-feira.
No dia anterior, a distribuidora privada Lanka IOC, que representa um terço do mercado de combustíveis, aumentou as suas tarifas em 35 por cento.
Os protestos dos motoristas coincidiram com um mega-protesto em Colombo. Já no seu 11º dia consecutivo, os manifestantes exigem a renúncia do presidente Gotabaya Rajapaksa, devido ao agravamento da crise económica.
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