Espanha vai subsidiar gasóleo, mas camionistas vão continuar em greve

O governo espanhol concordou na sexta-feira com as organizações de transportadores em subsidiar 20 centavos de euro (22 centavos de dólar) por cada litro de gasóleo, mas os camionistas independentes vão manter a greve por considerar o valor insuficiente.

“O Governo vai recompensar os caministas com 20 centavos de euro por litro ou quilo de combustível”, anunciou o Ministério dos Transportes num comunicado na sexta-feira, após mais de 12 horas de reunião com a organização patronal Comissão Nacional dos Transportes Rodoviários (CNTC), que agrupa as associações majoritárias do sector.

Mas o pacto, através do qual o governo pagará 15 centavos do subsídio e as petrolíferas os cinco restantes, foi alcançado sem a participação da Plataforma de Defesa do Sector de Transporte Rodoviário de Mercadorias, organização minoritária que lidera a greve: “Continuaremos com esta greve por tempo indeterminado”, anunciou Manuel Hernández, porta-voz da plataforma, no final de uma reunião na tarde de sexta-feira com a ministra dos Transportes, Raquel Sánchez, reiterando que as suas reivindicações não foram atendidas.

“Se nos custa dinheiro trabalhar e isso não é corrigido, não podemos trabalhar”, disse o porta-voz da plataforma que iniciou o protesto em 14 de Março num contexto de preços altos da energia.

No acordo, o governo comprometeu-se a dar “uma ajuda directa ao sector de 450 milhões de euros” (496 milhões de dólares), acrescentou o ministério, que consistirá num pagamento único de 1.250 euros por camião, 900 por autocarros, 500 por furgonetes e 300 por veículo ligeiro (táxis, VTC e ambulâncias).

O pacote de medidas “significará uma injeção de mais de mil milhõez de euros” no sector, acrescentou.

A greve dos camionistas ganhou força nos últimos dias, com a multiplicação dos bloqueios de estrada e ataques a quem não apoia a paralisação.

Muitas empresas interromperam a actividade das suas fábricas por falta de abastecimento e camiões para distribuir a aua produção, ou ameaçam fazê-lo em breve, como Danone, Heineken, Mercedes ou Arcelor Mittal, e começaram a faltar produtos em alguns supermercados.