Médicos dos Estados Unidos da América anunciaram na quinta-feira que realizaram com sucesso o transplante dos dois pulmões de um homem com cancro terminal, dando novas esperanças a outros pacientes que estão em estágios avançados da doença.
Albert Khoury, um não fumador de 54 anos, submeteu-se a uma cirurgia de sete horas para receber os seus novos pulmões no hospital da Northwestern Medicine em Chicago, a 25 de Setembro de 2021.
Seis meses depois, os pulmões estão a funcionar o bem e não há sinais de cancro no seu corpo: “A minha vida foi de zero a 100…”, disse o paciente, que agora leva uma vida normal e pode trabalhar e ir para o ginásio sem necessidade de assistência respiratória.
“O transplante de pulmão para o cancro de pulmão é extremamente raro e são poucos os casos conhecidos”, disse num comunicado Ankit Bharat, chefe de cirurgia torácica da Northwestern Medicine.
“Para os pacientes com cancro de fase 4, o transplante de pulmão é considerado uma completa impossibilidade, mas, como o cancro de Albert estava alojado somente no tórax, tínhamos a certeza que poderíamos eliminar todo o cancro durante a cirurgia e salvar a sua vida”, explicou Bharat.
No início de 2020, Khoury trabalhava como operário da construção civil para a cidade de Chicago, quando começou a sentir dores nas costas, espirros, calafrios, tosse e secreção. De início, pensou que era Covid-19, mas foi ao médico depois de ter começado a tossir sangue. Exames feitos, foi diagnosticado com cancro.
De maneira geral, os cirurgiões são reticentes a realizar este tipo de transplantes porque, mesmo que restem poucas células cancerígenas, existe uma grande hipótese de que elas voltem a crescer num paciente que toma medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição dos órgãos transplantados.
Os poucos procedimentos deste tipo efectuados no passado não tiveram êxito, mas, desde então, os avanços da ciência permitiram uma melhor compreensão dos médicos sobre a propagação do cancro.
Leave a Reply