Especialistas de Hong Kong pediram, nesta terça-feira (22), às autoridades do território chinês que abandonem a estratégia de “Covid Zero” antes que chegue uma nova onda de casos e o centro financeiro fique “fechado para sempre”.
“Os dois últimos meses foram uma experiência muito dolorosa e não podemos nos dar ao luxo de esperar”, disse à imprensa Gabriel Leung, que dirige uma equipe de especialistas que investigam o vírus.
Na segunda-feira, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou uma flexibilização das restrições a partir de 1 de Abril – principalmente nos voos internacionais e na duração da quarentena para a chegada ao território -, mas negou-se a indicar um caminho para colocar fim à crise.
Desde Janeiro, Hong Kong depara-se com um surto sem precedentes da variante ómicron, altamente contagiosa.
Leung, decano da faculdade de medicina da Universidade de Hong Kong, é um especialista do governo a quem Lam recorre regularmente e, nesta terça, pediu para que a Covid fosse tratada como uma doença endémica e que os esforços fossem concentrados na vacinação, sob o risco de que Hong Kong seja um “porto fechado para sempre”.
O foco defendido por Leung distancia-se da estratégia de “Covid Zero” na China. O presidente Xi Jinping recusou, na semana passada, flexibilizar restrições, preferindo confinar centenas de milhares de pessoas sempre que um novo caso de contágio emerge.
A equipe de Leung calcula que cerca de 4,4 milhões de pessoas de Hong Kong, uma das cidades mais povoadas do mundo, ou seja, 60 por cebto da população, tenha sido contaminada desde que começou a quinta onda da Ómicron.
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