O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu no sábado a restauração da integridade territorial” do seu país, ao fim de 23 dias de invasão dos militares russos, que calculou em tantos quantos aqueles que se manifestaram na sexta-feira em Moscovo pelo oitavo aniversário da anexação da península ucraniana da Crimeia.
“Quero que todos me ouçam agora, especialmente em Moscovo. É hora de nos conhecermos. Hora de conversar. É hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia. Caso contrário, as perdas da Rússia serão tais que não terá várias gerações para ascender”, disse Zelensky num vídeo divulgado no site da presidência ucraniana.
Sobre a manifestação realizada na sexta-feira no estádio Luzhniki, em Moscovo, dirigida pelo presidente Vladimir Putin e cujo público o Ministério da Administração Interna russo estimou em cerca de 200 mil pessoas, Zelensky afirmou que “aproximadamente o mesmo número de tropas russas participou na invasão da Ucrânia”.
“Imaginem que há 14.000 cadáveres e dezenas de milhares de feridos e mutilados naquele estádio em Moscovo. Já existem muitas perdas russas com esta invasão”, acrescentou. “Este é o preço da guerra. Um pouco mais de três semanas. A guerra deve acabar”, ressaltou.
De acordo com as autoridades russas, mais de 200.000 russos apoiaram esta sexta-feira a “operação militar especial” na Ucrânia durante um acto patriótico maciço em Moscovo, no qual foram entoados slogans como “Por um mundo sem nazismo!”, “Pelo presidente!” e “Pela Rússia!”.
Sobre a invasão, Zelensky mencionou no seu vídeo que nesta sexta-feira havia sete corredores humanitários na Ucrânia, seis na região de Sumy e um na região de Donetsk. Mais de 9.000 pessoas foram deportadas de Mariupol: “No total, mais de 180.000 ucranianos foram resgatados durante os corredores humanitários”, detalhou.
O governante ucraniano, no entanto, denunciou que os militares russos continuam a bloquear o fornecimento de itens humanitários na maioria dos trajectos para as cidades vizinhas: “Esta é uma táctica perfeitamente consciente. Têm uma ordem clara de fazer absolutamente tudo para que a catástrofe humanitária nas cidades ucranianas seja um ‘argumento’ para os ucranianos cooperarem com os ocupantes”, lamentou, ressaltando que essa atitude é “um crime de guerra”.
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