Os 27 países da União Europeia excluíram esta quarta-feira sete bancos russos do sistema financeiro internacional SWIFT, mas pouparam dois ligados à venda de hidrocarbonetos e proibiram os meios de comunicação social RT e Sputnik de transmitir na Europa com efeitos imediato, de acordo com o Diário Oficial.
Com o objectivo de restringir a economia russa das finanças globais em retaliação à invasão da Ucrânia por parte de Moscovo, a exclusão do SWIFT visa o VTB, o segundo maior banco da Rússia, bem como o Bank Otkritie, Novicombank (financiamento industrial), Promsvyazbank, Rossiya Bank, Sovcombank e o VEB, o banco de desenvolvimento do regime.
Estes estabelecimentos bancários “são os primeiros envolvidos no financiamento dos esforços de guerra” de Moscovo na Ucrânia, explicou uma autoridade europeia, afirmando que esta exclusão engloba cerca de um quarto do volume do sistema bancário russo.
A medida entrará em vigor a partir de 12 de Março, segundo o Diário Oficial da União Europeia. Os Estados-membros da União Europeia deram luz verde a esta sanção na terça-feira à noite, após vários dias de negociações.
Por outro lado, a medida não visa nem o Sberbank, o principal banco do país, nem o Gazprombank, o braço financeiro da gigante de hidrocarbonetos, através do qual passa a maior parte dos pagamentos das entregas de gás e petróleo russos à União Europeia.
Nos últimos dias, a Alemanha e a Itália expressaram o seu temor de não poderem mais pagar pelo fornecimento de gás russo, do qual são muito dependentes, no caso de bloqueio do acesso ao SWIFT dos bancos russos responsáveis por estas transações.
A exclusão do SWIFT é apresentada como uma “bomba atómica” financeira: essa plataforma segura permite operações como o trânsito de ordens de pagamento e ordens de transferência de fundos entre bancos.
A SWIFT, uma empresa belga, tinha excluído vários bancos iranianos em 2012 após uma decisão da União Europeia. A maioria foi reintegrada em janeiro de 2016.
No total, cerca de 80 por cent do sistema bancário russo é alvo de uma forma ou de outra por uma bateria de sanções financeiras da UE, adoptadas desde 2014 após a anexação da Crimeia por Moscovo, de acordo com a autoridade europeia.
O Diário Oficial da UE também confirmou a proibição de transmissão no espaço do bloco europeu, nas redes de televisão e na internet, dos meios de comunicação estatais russos Sputnik e Russia Today, acusados de serem instrumentos de “desinformação da Rússia na sua guerra contra a Ucrânia”.
Esta medida deve ser aplicada por cada Estado-membro por meio de sua autoridade reguladora dos meios de comunicação social e dos seus operadores de telecomunicações.
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