Nord Stream 2. Construtora do gasoduto declara falência

A Nord Stream 2 AG, a construtora do gasoduto homónimo que devia levar gás desde a Rússia à Alemanha, um projecto suspenso depois da invasão russa da Ucrânia, declarou falência, informou na quarta-feira a emissora pública suíça Schweizer Radio und Fernsehen (SRF).

A companhia, com sede na Suíça e propriedade da gigante energética estatal russa Gazprom, que se viu afectada pelas sanções internacionais impostas à Rússia depois deste país ter lançado a 24 de Fevereiro a sua invasão da Ucrânia, despediu também os seus 106 trabalhadores a que dava emprego: “O Nord Stream tornou-se insolvente por causa das sanções americanas da semana passada”, disse à SRF Silvia Thalmann-Gut, directora de finanças do cantão suíço de Zug, onde a empresa tem a sua sede.

A segunda fase do projecto Nord Stream, destinado a duplicar o transporte de gás russo directamente através do Báltico desde a Rússia à Alemanha, cuja construção terminou no ano passado, ficou bloqueada por decisão do chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz. O gasoduto foi um dos alvos da primeira onda de sanções ocidentais depois da invasão da Ucrânia decidida pelo presidente russo, Vladimir Putin.

O projecto Nord Stream, cuja primeira fase entrou em funcionamento em 2011, foi considerado durante muito tempo uma ferramenta de Putin para aumentar a sua influência na Europa ocidental através da dependência energética europeia para com a Rússia.

Apenas um dia depois do começo da invasão, Scholz disse que suspendia a certificação do gasoduto -de 1.200 quilómetros e com um custo de 11.000 milhões de dólares- o último requisito que precisava para começar a funcionar.

Depois do reconhecimento da independência das regiões ucranianas de Donbass por parte de Moscovo, justamente antes da invasão, os Estados Unidos da América já tinham imposto sanções à Nord Stream 2 AG, aos seus directores e empresas subsidiárias, o que representou um golpe fatal a um projecto muito criticado por Washington pelo poder que concedia à Rússia sobre a autonomia energética da Europa, especialmente da Alemanha, que obtém metade do seu gás da Rússia.