A invasão da Ucrânia por parte da Rússia levou a uma série de sanções internacionais contra Moscovo, principalmente por parte dos países ocidentais.
A União Europeia (UE) decidiu na sexta-feira (25) sancionar, com o congelamento de activos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, pela ofensiva militar russa na Ucrânia.
Os líderes da União Europeia tinham aprovado politicamente um pacote de sanções contra a Rússia na quinta-feira e nesta sexta os chefes da diplomacia europeia concordaram que Putin e Lavrov sejam incluídos na lista de pessoas afetadas.
“O presidente Putin e o ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov estão na lista de pessoas sancionadas”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, no fim de uma reunião de emergência dos chanceleres. Com a definição dos detalhes das sanções, a União Europeia limitará “significativamente as receitas financeiras da Rússia”. “Atingimos 70 por cento do sistema bancário russo e empresas estatais”, acrescentou.
Borrell ressaltou que as normas a serem aplicadas são as mesmas que para qualquer outra pessoa incluída na lista da União Europeia. “Ou seja, trata-se do congelamento de bens. Haverá todo um trabalho (…) para identificar os bens a serem congelados”, explicou.
Borrell acrescentou que no encontro discutiu a situação e a possível sanção de Putin e Lavrov com membros do Governo da China e da Índia, explicando “que não se trata apenas da Ucrânia, mas do respeito às normas internacionais”.
Além de Putin e Lavrov, Borrell disse que estão sancionados “os membros restantes da Duma russa (câmara baixa do parlamento) que apoiam a agressão”.
Estados Unidos da América
O presidente dos EUA, Joe Biden, endureceu as medidas tomadas contra a Rússia nesta sexta-feira, acrescentando Putin e Lavrov à lista das personalidades punidas e proibidas de entrar no país, um acto incomum e com força simbólica.
Os Estados Unidos irão sancionar o “Russian Direct Investment Fund”, fundo soberano de Moscovo que procura atrair investimentos para a sua economia.
A primeira bateria de medidas afectava quatro bancos russos, entre eles os dois maiores do país (Sberbank e VTB Bank), e suprimia mais da metade das importações tecnológicas. Também proibiu a gigante de energia Gazprom e outras grandes empresas do país do financiamento em mercados ocidentais, medida que já tinha sido aplicada contra o governo russo.
Os Estados Unidos da América também ampliaram a lista de oligarcas russos penalizados e limitaram as exportações para a Rússia de produtos tecnológicos destinados aos sectores da defesa e da aeronáutica. Além disso, Washington anunciou sanções contra 24 indivíduos e organizações bielorrussas, anunciou o Departamento do Tesouro.
Reino Unido
Londres também congelou os activos de Putin e Lavrov e fechou o seu espaço aéreo a aviões privados de oligarcas russos. Antes, o Reino Unido tinha fechado o seu espaço aéreo à empresa russa Aeroflot e imposto sanções contra bancos e exportações tecnológicas.
Além dos cinco bancos sancionados na terça-feira, o gigante VTB está na mira e teve os seus activos em solo britânico congelados, assim como a fabricante de armas Rostec.
Canadá
O primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou sanções contra Vladimir Putin e Serguei Lavrov, e também contra a Bielorrússia. No total, cerca de 60 pessoas ou entidades do círculo de poder russo, incluindo a empresa de segurança privada Wagner, serão punidas.
O Canadá também cancelou licenças de exportação para a Rússia no valor de 550 milhões de dólares em mercadorias, principalmente dos sectores aeroespacial, de tecnologia da informação e de mineração.
Asia-Pacífico
A condenação nesta região foi menos unânime. A Índia, que tem relações estreitas com a Rússia, absteve-se de sanções, assim como a República Popular da China, aliada de Moscovo e que diverge de Washington.
Em acordo com os seus parceiros do G7, o Japão anunciou nesta sexta-feira sanções adicionais contra Moscovo motivadas pela invasão da Ucrânia, que afetam o sector financeiro russo e a exportação de componentes electrónicos para a Rússia: “As sanções incluem o congelamento de bens e a suspensão da emissão de vistos para indivíduos e organizações russas”, declarou o primeiro-ministro Fumio Kishida numa conferência de imprensa em Tóquio, após uma reunião virtual com os líderes do G7.
Kishida também anunciou sanções “no sector financeiro, como o congelamento de activos de instituições financeiras russas” e medidas “sobre exportações para organizações russas ligadas às forças armadas” e sobre “bens de uso geral, como semicondutores”.
Taiwan também anunciou a sua intenção de tomar medidas, mas não divulgou detalhes.
A Austrália reforçou neste sábado as suas sanções contra a Rússia, visando oligarcas e membros do Parlamento, e o seu governo indicou que prepara medidas para punir directamente o presidente Vladimir Putin, como fizeram os seus aliados.
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne, anunciou à imprensa a imposição de sanções financeiras a oito oligarcas próximos de Putin e 339 parlamentares que facilitaram a invasão da Ucrânia.
Figuras-chave do governo da Bielorrússia, um aliado de Moscovo, também foram penalizadas, por “serem cúmplices na invasão”, acrescentou. Segundo Payne, o governo também trabalha para tomar medidas contra Putin e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.
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