O Equador anunciou esta semana que penhorou cerca de 120 milhões de barris de petróleo como parte da volumosa dívida que tem para com a República Popular da China, uma dívida que as autoridades de Quito tencionam agora renegociar.
Em entrevista à imprensa local, o presidente Guillermo Lasso falou sobre os compromissos que o país assumiu há vários anos com Pequim no valor de 4,6 mil milhões de dólares, valor que constitui quatro por cento do actual Produto Interno Bruto equatoriano.
Lasso retirou a proposta de renegociação de 2,1 mil milhões de dólares relacionados com petróleo, o principal pilar da economia do Equador. Nessa modalidade, o Equador é obrigado a entregar à China o equivalente em petróleo bruto, o que impede as autoridades equatorianas de tirar proveito do aumentos dos preços: “É aqui que está o problema: esses 2,1 mil de dólares são um saldo que resta de uma negociação financeira relacionada com o petróleo. Ou seja, o Equador tem a obrigação de vender cerca de 120 milhões de barris de petróleo”, explicou Lasso.
Durante a sua visita a Pequim no início de Fevereiro, Lasso discutiu com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, a renegociação de contratos de dívida ligados ao petróleo bruto, e que foram assinados sob o governo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017): “Para todos os créditos, necessitamos de estender prazos, baixar juros e (…) desvincular o contrato de comercialização de petróleo, porque esse contrato é prejudicial aos interesses do Equador”, insistiu o presidente.
Lasso mostrou-se confiante de que as negociações serão bem-sucedidas. “Houve uma reacção política positiva e aberta” durante a reunião na China, disse o chefe de Estado equatoriano.
Na visita que fez ao país, o líder equatoriano também promoveu a assinatura de um acordo de livre comércio entre as duas nações.
Quito espera fechar o negócio antes do final deste ano. Lasso alertou que não tem intenção de aumentar a dívida nem com a China, nem com organizações financeiras.
No final de 2021, a dívida externa equatoriana atingia os 47.855 milhões de dólares, 45 por cento do PIB do país.
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