A Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações pediu à população para limitar o número de encomendas que recebe por correio, depois de a China ter ligado recentes casos de Covid-19 a embalagens provenientes do estrangeiro.
“O Centro de Coordenação de Contingência alerta os cidadãos a reduzir e manusear com cuidado, os produtos adquiridos por correio”, apelaram as autoridades de saúde, numa breve nota de imprensa.
As autoridades de Macau justificam a tomada de posição com a informação “sobre o rastreio da origem de casos positivos da covid-19 no interior da China”. As autoridades chinesas terão alegadamente detectado indícios da estirpe Ómicron do novo coronavírus em parcelas postais oriundas do Canadá, recorda o comunicado do governo de Macau: “Após teste de ácido nucleico, revela que foram realizados testes a amostras ambientais a correio internacional com que os casos confirmados também tiveram contacto, tendo sido detectada a estirpe Ómicron”, pode ler-se na nota informativa.
A capital chinesa deu a conhecer no sábado o primeiro caso de contágio pela variante Ómicron transmitido localmente. A Administração Nacional de Saúde chinesa diz que a fonte da infecção poderá ter sido uma embalagem proveniente do Canadá, que ainda passou pelos Estados Unidos e por Hong Kong antes de chegar à capital chinesa.
Pequim aproveitou ainda para aconselhar a população minimizar a aquisição de bens do estrangeiro.
Os especialistas e consultores de saúde do Governo canadiano já reagiram a estas alegações, considerando-as altamente improváveis: “Teria de ter vírus num objecto, teria de sobreviver através de todo esse tempo de transporte e de todas essas circunstâncias”, ou seja, “é altamente improvável que isso pudesse alguma vez transmitir a Covid-19”, afirmou Supriya Sharma, um consultora médica chefe da Saúde do Canada, à CTV News Channel.
Também o vice-director de saúde pública da Agência de Saúde Pública do Canadá já veio negar as alegações: “Penso que sabemos onde está a ciência em termos do principal modo de transmissão”, disse Howard Njoo.
Surto por controlar em Zhuhai
Na cidade de Zhuhai, contígua a Macau, foram diagnosticados dois novos casos locai, fazendo aumentar o número de casos totais para 14 nos últimos dias.
Tal como em Pequim, as autoridades sanitárias de Zhuhai também alegaram em conferência de imprensa que “com base na actual investigação epidemiológica no local e testes laboratoriais, os peritos concluem que não se pode excluir a exposição a artigos contaminados no exterior como sendo a causa deste surto”.
Os casos na China continental, apesar de poucos numeros, estão a aumentar, com o registo de surtos locais um pouco por todo o país, a poucos dias da celebração da passagem do ano lunar com a família, na maior migração interna do planeta, e do início, em 4 de Fevereiro, dos Jogos Olímpicos de Inverno.
O aumento do número de casos nas regiões vizinhas e a identificação de casos Ómicron detectadas durante as longas quarentenas impostas em Macau, fizeram com que as autoridades de Macau reforçassem o alerta junto da população e a dizerem que um “surto de covid-19 é provável” no território.
Há duas semanas, após um surto ter sido registado em Hong Kong, Macau proibiu voos de fora da China de aterrarem no território, numa altura em que muitas pessoas, entre os quais cidadãos portugueses, regressavam das férias de Natal.
Essa proibição vigora até dia 23 de Janeiro, mas autoridades já admitiram que a medida pode ser prolongada.
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