As fortes inundações na ilha de Sumatra, na Indonésia, levaram à evacuação de quase 24.000 pessoas e a morte de duas crianças, informaram as autoridades indonésias esta terça-feira.
Grupos ambientalistas defendem que a tragédia é consequência do desmatamento na região. As chuvas torrenciais afectam o norte da ilha desde 31 de Dezembro e fizeram transbordar rios, elevando o nível da água para cima dos três metros em áreas residenciais, de acordo com a agência local de gestão de desastres.
“Nós sofremos enchentes pelo menos cinco a oito vezes por ano em Pirak Timur”, afirmou Muzakkir, um homem de 33 anos desta cidade, situada na província de Aceh, que se identifica com um só nome como muitos indonésios: “Mas as inundações de hoje são as piores”, disse à AFP.
Syarifuddin, morador de Lhok Sukon, na mesma província, adiantou que “a água continua a subir em sua casa e que leh chega ao meu peito”. “A maior parte das casas na região está inundada”, garantiu ainda.
As autoridades da província de Aceh declararam o estado de emergência devido às inundações, que destruíram prédios públicos, infraestruturas e áreas agrícolas.
Na província agrícola de Jambi, no centro de Sumatra, 24.000 pessoas foram afectadas pelas inundações, que não deixaram vítimas na região.
Para a organização ambientalista Walhi, o fenómeno está estreitamente ligado ao desmatamento de áreas para abrir espaço para as plantações de óleo de palma: “Se o meio ambiente rio acima for destruído, mas as autoridades só se interessarem pela situação rio abaixo, o problema não será resolvido e as inundações vão continuar todo o ano”, declarou Ahmad Shalihin, director executivo da Walhi en Aceh.
Zulkifli, chefe da cidade de Meunasah Jok, explicou que “como as florestas são cortadas na parte alta, as áreas baixas sofrem um impacto muito grande” com as inundações.
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