A gigante chinesa de telecomunicações Huawei adiantou na sexta-feira que as suas receitas anuais cairam um terço este ano, afectadas em parte pelas sanções americanas que atingiram as vendas de seus smartphones.
A Huawei foi directamente visada pela rivalidade comercial e tecnológica entre os Estados Unidos e a China, o que levou o governo do antigo presidente Donald Trump a aprovar medidas contra a empresa por supostas ameaças em termos de cibersegurança e de espionagem.
Em 2021, as receitas da empresa caíram 29 por cento em relação ao ano anterior, para 634 mil milhões de yuans (99,5 mil milhões de dólares), informou o seu presidente Guo Ping na mensagem de Ano Novo divulgada pela empresa: “Em 2021, apesar das dificuldades e atribulações, trabalhamos muito para criar valor tangível para os nossos clientes e as nossas comunidades locais”, disse Guo. “Melhoramos a qualidade e eficácia das nossas operações e esperamos fechar o ano com receitas totais de 634 mil milhões de yuans”, acrescentou, destacando que “o desempenho global está em linha com as previsões avançadas”.
A queda nas receitas também se explica pela venda da sua marca Honor no final do ano passado. A empresa não tem acções negociadas na Bolsa e a mensagem de final de ano não ofereceu mais detalhes financeiros.
As dificuldades da Huawei no sector de telecomunicações empurraram o grupo para novas linhas de negócios, como soluções informáticas para empresas, dispositivos tecnológicos para a saúde e vestuário, tecnologia de veículos inteligentes ou programação.
Os Estados Unidos impediram a Huawei de comprar componentes cruciais para os seus produtos, como microchips, e forçaram-na a criar o seu próprio sistema operacional, impedindo-a de usar o sistema Android do Google.
Este mês, a empresa lançou o seu novo telefone desdobrável e garantiu que 220 milhões de dispositivos Huawei já possuem o seu sistema HarmonyOS.
A Huawei é a maior fornecedora mundial de componentes para redes de telecomunicações e estava entre os três maiores produtoras de smartphones do mundo, a par da Samsung e da Apple.
No entanto, essa posição caiu devido às pressões dos Estados Unidos. Em Outubro, o grupo adiantou que o seu volume de vendas entre Janeiro e Setembro caiu 32 por cento.
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