A Nova Zelândia registou o mês de Junho mais quente da sua história, enquanto as altas temperaturas continuam a afectar o país insular, num padrão consistente com as mudanças climáticas, disse uma agência científica oficial neozelandesa na terça-feira.
As temperaturas diárias de Junho ficaram em média 1,9 graus Celsius acima da média mensal, apesar de o país ter sido afectado por uma onda de frio no final do mês, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera (NIWA): “É enorme, houve apenas 13 vezes desde 1909 que tivemos tal anomalia”, informou o cientista da NIWA Chris Brandolino a uma rádio pública. “O mais alarmante é que nos últimos 10 anos isso aconteceu seis vezes”, acrescentou.
A notícia chega no momento em que o noroeste dos Estados Unidos e Canadá sofre com uma onda de calor que já provocou dezenas de mortes
Brandolino explicou que factores de curto prazo, como temperaturas mais altas do oceano, ajudaram a aquecer o ar da Nova Zelândia, mas observou que as mudanças climáticas são um factor constante.
“Tivemos mais correntes de ar do Nordeste [Pacífico] do que o normal. Estas correntes são oriundas de um lugar quente e as temperaturas do oceano também estão mais altas do que a média”, elaborou. “Então, ao adicionar o antecedente da mudança climática, temos um mês de Junho com calor recorde”.
A Nova Zelândia registou o sétimo ano mais quente de sua história em 2020, que também foi o sétimo ano numa década em que as temperaturas estiveram entre as 10 mais altas já registadas.
A primeira-ministra Jacinda Ardern declarou uma “emergência climática” no ano passado, dizendo que uma acção urgente é necessária para o bem das gerações futuras.
A Nova Zelândia comprometeu-se a ser neutra em carbono até 2050 e a gerar toda a sua energia a partir de fontes renováveis até 2035.
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