O Banco Mundial (BM) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da China possa crescer 8,5 por cento em 2021, 5,4 por cento no próximo ano e 5,3 por cento em 2023, de acordo com um relatório divulgado esta terça-feira.
A instituição considera que a recuperação do país asiático continua em bom ritmo, mas que “permanecem alguns riscos” para a sua economia. A organização salienta que o crescimento baixará de ritmo assim que forem superados os efeitos de base causados pela pandemia de Covid-19.
De acordo com o BM, “a melhoria da confiança dos consumidores e das empresas e as melhores condições do mercado de trabalho apoiarão uma mudança em direcção à procura doméstica privada”.
A instituição também espera que os motores de crescimento económico da China mudem “gradualmente” da produção industrial para os serviços: “Os riscos estão amplamente sob controlo. No lado negativo estão possíveis surtos de Covid que podem perturbar a actividade económica, apesar dos esforços para conter a propagação do vírus”, disse o BM no relatório. “A isso devem ser acrescentadas as tensões bilaterais com os seus principais parceiros comerciais ou certos riscos de estabilidade financeira, dada a alta alavancagem corporativa e o mercado imobiliário inflacionado”, acrescentou a instituição.
O director do Banco Mundial para a China, Martin Raiser, preve no relatório que as políticas macroeconómicas do país asiático se devem “normalizar” dependendo da recuperação, tanto interna como global.
O Banco Mundial também cita “desafios a médio prazo” para a China como “ventos contrários à demografia, diminuição da produtividade, alto nível de desigualdade e vulnerabilidade social”, bem como “uma estrutura de produção intensiva em carbono”.
Também no relatório, o economista Sebastian Eckard afirmou que “os formuladores de políticas da China devem redobrar os seus esforços a médio prazo para melhorar o crescimento e colocar a economia num caminho de desenvolvimento mais verde, mais resistente e inclusivo”.
Entre esses esforços, o economista cita “um sistema fiscal mais progressivo, investimentos em capital humano e redes de segurança social mais fortes para reduzir a desigualdade de rendimentos”: “Reformas estruturais, como a expansão do acesso ao mercado, mesmo em sectores de serviços relativamente fechados, também ajudariam a aumentar a concorrência, fomentar a inovação e impulsionar a competitividade”, acrescentou.
O PIB da China cresceu 18,3 por cento no primeiro trimestre de 2021, de acordo com dados oficiais, devido ao efeito de base, pois o mesmo período do ano passado foi marcado pelos estágios iniciais da pandemia de coronavírus, o que levou à paralisação da economia nacional e à consequente queda (a primeira em quatro décadas) de 6,8 por cento.
No trimestre anterior, o último do ano passado, o PIB da potência asiática cresceu 6,5 por cento em relação ao mesmo período de 2019, elevando a média anual, que foi de 2,3 por cento em 2020.
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