A maior cidade da Austrália, Sydney, e algumas regiões vizinhas iniciaram no sábado um confinamento bastante rigoroso com duração de duas semanas, enquanto as autoridades se deparam com dificuldades para controlar o surto causado pela variante Delta da Covid-19, que é altamente infecciosa e se propaga de forma mais rápida. O número de casos na região chegou aos 80.
Partes de Sydney já tinham submetido a confinamento, mas as autoridades de saúde argumentam que os casos e os locais de exposição aumentaram muito rapidamente: “Embora não queiramos impor restrições a menos que seja absolutamente necessário, infelizmente esta é uma situação em que temos de optar por esta situação”, disse a primeira-ministra do Estado de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian.
A Austrália foi mais bem-sucedida na gestão da pandemia do que muitas outras economias avançadas. O governo determinou o rápido encerramento das fronteiras, regras de distanciamento social enquanto a população se mostra comprometida com o controlo da doença. O país regista pouco mais de 30.400 casos e 910 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia.
Mas a Austrália enfrentou pequenos surtos da doença nos últimos meses. Os surtos acabaram por ser contidos através do rastreamento rápido de contactos, isolamento de milhares de pessoas ao mesmo tempo e práticas rígidas de confinamento.
O confinamento a partir deste sábado em Nova Gales do Sul também incluir as regiões de Blue Mountains, Central Coast e Wollongong, que rodeiam Sydney, uma cidade com 5 milhões de habitantes.
De acordo com as regras em vigor, até 9 de Julho, as pessoas poderão sair de casa para trabalhos essenciais, atendimento médico, ensino ou compras. O Estado vai impor limites para reuniões públicas e as máscaras serão obrigatórias em ambientes fechados: “Não adianta fazer isto durante três, quatro ou cinco dias, porque não funciona”, disse Berejiklian numa conferência de imprensa.
A Nova Zelândia suspendeu neste sábado, por três dias, as viagens sem quarentena vindas de e em direção à Austrália, dizendo que o vizinho conta com um número muito elevado de casos. Os dois países, que mantêm as suas fronteiras fechadas ao resto do mundo, começaram a permitir viagens sem restrições em Abril.
Michael Kidd, médico-chefe do governo da Austrália, disse que 28 por cento das pessoas com 16 anos ou mais receberam a sua primeira dose da vacina contra a Covid-19. Das 7,2 milhões de doses administradas, 5,8 milhões foram primeiras doses.
Neste sábado, o caso de contágio de um trabalhador na mina de ouro Granites, no deserto de Tanami, no Território do Norte, levou as autoridades locais a ordenar o isolamento de mais de 1.600 pessoas em três Estados que tiveram contacto com o homem.
A mina, de propriedade da Newmont, foi colocada em lockdown.
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