Os representantes republicanos do Senado dos Estados Unidos da América inviabilizaram esta sexta-feira um inquérito bipartidário sobre o ataque mortal de apoiantes do antigo presidente Donald Trump ao Capitólio, apesar de uma avalanche de críticas de que estavam a minimizar a violência que assolou um dos símbolos da nação.
Democratas e alguns republicanos moderados pediram que uma comissão investigasse os acontecimentos que ocorreram antes e durante o dia 6 de Janeiro, quando centenas de apoiantes do republicano Trump invadiram o Capitólio, enfrentando a polícia, incitando à violência contra parlamentares e adiando a certificação formal da vitória eleitoral do presidente, Joe Biden. O episódio deixou cinco mortos, incluindo um capitão da polícia do Capitólio.
A medida foi barrada por 54 votos a 35, menos do que os 60 necessários para fazer a legislação avançar no Senado de 100 membros. Os 35 votos contrários foram todos de republicanos. Seis republicanos votaram a favor.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse após a votação: “Todos nós sabemos o que está a acontecer aqui. Os republicanos do Senado escolheram defender a “Grande Mentira” porque temem que qualquer coisa que possa aborrecer Donald Trump os possa prejudicar politicamente”.
A comissão proposta teria tido o poder de forçar testemunhas, possivelmente até Trump, a depor sob juramento sobre o que ocorreu naquele dia. Trump pediu aos deputados que votassem contra uma tal possibilidade.
Foi a primeira vez este ano em que os republicanos conseguiram usar a barreira dos 60 votos, conhecida como filibuster, para derrotar uma legislação.
A votação subinha os grandes desafios dos democratas na câmara dividida igualmente, já que terão que conquistar ao menos algum apoio republicano para aprovar reformas no policiamento, legislação sobre direito ao voto e outras prioridades.
A Casa Branca disse que Biden continua comprometido com uma investigação completa e independente do ataque.
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