A Comissão Eleitoral Militar do Myanmar, organismo nomeado pela junta militar, anunciou esta sexta-feira a dissolução da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi.
O responsável pela Comissão Eleitoral, organismo que foi remodelado após o golpe de Estado de 1 de Fevereiro, Thein Soe, acusou a LND de “fraude eleitoral” durante as eleições de Novembro passado e pediu às autoridades para perseguirem os seus líderes por “traição”, noticiou o meio local “Myanmar Now”.
Thein Soe fez estas observações durante uma reunião em Naipyidaw entre membros da comissão e um punhado de partidos políticos, muitos ligados a interesses militares, para estudar possíveis mudanças no sistema eleitoral, disse um dos participantes ao mencionado portal noticioso.
O jornal governamental The Global New Light of Myanmar tem publicado diariamente e desde há várias semanas as alegadas provas apresentadas pela Comissão Eleitoral sobre a manipulação de mais de 10 milhões de votos por parte da LND nas últimas eleições.
Após a revolta, a Junta Militar, liderada pelo general Min Aung Hlaing, comprometeu-se a organizar novas eleições após um ano no poder, embora sem especificar uma data para o escrutínio.
Os militares mantêm Aung San Suu Kyi sob prisão domiciliar desde a revolta. A antiga líder enfrenta seis acusações de crimes, incluindo a violação da Lei dos Segredos Oficiais, punível com até 15 anos de prisão.
As acusações contra Suu Kyi, que passou um total de 15 anos em prisão domiciliária durante a anterior junta militar (1988-2011), foram fortemente rejeitadas pelos seus advogados.
O Exército de Myanmar justifica o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas referidas eleições, nas quais o partido de Suu Kyi conseguiu uma esmagadora vitória, tal como em 2015, e que foram consideradas legítimas pelos observadores internacionais.
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