Uma equipa internacional de cientistas que agrega 18 investigadores oriundos de vários pontos do planeta defendeu, numa carta aberta, publicada na revista “Science” que são necessárias “mais investigações” para determinar a origem da pandemia de Covid-19. Os cientistas sustentam que as “as teorias de libertação acidental de um laboratório e propagação zoonótica continuam a ser viáveis”.
Jesse Bloom, Alina Chan, Ralph Baric, Akiko Iwasaki, David Relman e outros cientistas assinaram um texto conjunto publicado na revista “Science” na qual pedem uma avaliação adequada, transparente, objectiva e baseada em dados sobre a origem da pandemia.
“Saber como surgiu a Covid-19 é essencial para informar sobre as estratégias globais para mitigar o risco de futuros surtos”, enfatizaram os autores.
Os 18 signatários referem-se a um relatório conjunto sobre a missão conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sob estrita supervisão das autoridades da República Popular da China sobre as origens do vírus Sars-CoV-2. As conclusões parciais foram publicadas em Novembro de 2020.
Os 18 signatários mencionam que a equipa da Organização Mundial de Saúde avaliou como “provável ou muito provável” um hospedeiro intermediário como origem da pandemia e o incidente laboratorial como “extremamente improvável”. Além disso, os investigadores sublinham que o director-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, referiu na altura que as provas sobre um eventual acidente de laboratório eram insuficientes.
No entanto, as duas teorias não foram consideradas de forma equilibrada. Os cientistas apontam que apenas 4 das 313 páginas do relatório e os seus anexos abordaram a possibilidade de um acidente laboratorial: “Como cientistas com experiência relevante, concordamos com o director-geral da OMS, com os Estados Unidos e 13 outros países, e com a União Europeia que é necessário e viável obter maior clareza sobre as origens desta pandemia”, afirmaram os investigadores.
“Neste momento de lamentável sentimento anti-asiático em alguns países, observamos que no início da pandemia foram médicos, cientistas, jornalistas e cidadãos chineses que compartilharam informações cruciais sobre a propagação do vírus com o mundo, muitas vezes com grandes custos pessoais”, acrescentaram.
Os cientistas também pediram que seja mostrada agora “a mesma determinação em promover um discurso imparcial e baseado na ciência sobre esta questão difícil, mas importante”
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