O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, disse na segunda-feira que “nunca colocou os Jogos Olímpicos em primeiro lugar”. Uma sondagem de opinião mostra que quase 60 por cento do povo quer que os Jogos sejam cancelados, numa altura em que faltam menos de onze semanas para o início da maior competição desportiva do planeta.
O Japão prorrogou um estado de emergência em Tóquio e três outras áreas até o final de Maio e está a ter dificuldade para conter um aumento do número de casos de Covid-19, o que provoca mais dúvidas sobre a realização dos Jogos. A sua taxa de vacinação está entre as mais baixas das nações ricas.
O Comité Olímpico Internacional, os organizadores da Tóquio 2020 e o próprio Suga insistem que os Jogos Olímpicos serão organizados de forma “segura e protegida”. Os espectadores estrangeiros não serão permitidos, e os organizadores emitiram um conjunto elaborado de regras no mês passado visando evitar as infecções por coronavírus.
Mas tais arranjos não diminuíram os receios públicos com os Jogos, que foram adiados no ano passado, já que o coronavírus está a disseminar-se por todo o mundo.
Uma sondagem realizada entre 7 e 9 de Maio pelo diário Yomiuri Shimbun mostrou que 59 por cento dos entrevistados querem o evento cancelado, contra 39 por cento que disseram que ele deveria acontecer. O “adiamento” não foi oferecido como opção.
Outra sondagem realizada no fim de semana pela TBS News revelou que 65 por cento querem os Jogos cancelados ou adiados novamente. Mais de 300 mil pessoas já assinaram uma petição em que pedem o cancelamento desde que a iniciativa foi lançada há cerca de cinco dias.
Deputados da oposição interrogaram Suga durante horas a respeito da realização das Olimpíadas nestas circunstâncias.
Num aparente reconhecimento das preocupações da população sobre realizar a Olimpíada em qualquer cenário, Suga respondeu, quando indagado se iria adiante com os Jogos mesmo se as infecções registrassem um salto: “Eu nunca coloquei a Olimpíada em primeiro”.
“A minha prioridade é proteger as vidas e a saúde da população japonesa. Temos de primeiro evitar a disseminação do coronavírus”, declarou.
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