Afeganistão. Mais de cem talibãs mortos em operações contra o exército

Fotografia: Mohammad Rahmani/Unsplash

Os combates entre as forças afegãs e os talibãs deixaram mais de 100 mortos entre os insurgentes nas últimas 24 horas, informou neste domingo o ministério da Defesa de Kabul, um dia depois do início da retirada das tropas norte-americanas do país.

Os talibãs e as forças governamentais travaram batalhas em várias províncias, incluindo o outrora reduto insurgente de Kandahar, onde o exército dos Estados Unidos anunciou um “bombardeamento de precisão” no sábado.

Além disso, 52 combatentes talibãs ficaram feridos nos confrontos, de acordo com o Ministério, que não divulgou um balaço de vítimas entre as forças governamentais. Os talibãs não comentaram os combates, mas os dois lados têm o hábito de exagerar as perdas infligidas ao rival.

Nos últimos meses aconteceram muitos combates, enquanto as negociações para tentar acabar com 20 anos de conflito resultaram em fracasso.

O exército dos Estados Unidos iniciou a retirada oficial dos 2.500 soldados mobilizados no país, como determinou no mês passado o presidente Joe Biden.

De acordo com as autoridades norte-americanas no terreno de batalha, no entanto, a retirada começou alguns dias antes de 1º de Maio, embora, segundo o acordo assinado entre Washington e os talibãs em 2020, nesta data a saída dos militares americanos deveria ter sido já concluída.

A retirada será concluída até 11 de Setembro, data em que os atentados de 2001 nos Estados Unidos completam 20 anos.

O exército americano afirmou no sábado que executou um “bombardeamento de precisão” depois de uma das suas bases aéreas em Kandahar ter sido atacada com “tiros indirectos”, que não provocaram danos.

Os talibãs consideram que o exército americano violou o acordo alcançado no ano passado por não ter retirado as suas tropas até 1 de Maio: “Isto abre, a princípio, a via para que nossos combatentes adotem as acções apropriadas contra as forças invasoras”, declarou à AFP Mohammad Naeem, porta-voz do grupo.

Desde a assinatura do acordo de Doha, os talibãs interromperam os ataques directos às forças estrangeiras. Mas não deram trégua às tropas do governo, que são perseguidas nas zonas rurais, e continuam a aterrorizar a população nas grandes cidades com assassinatos selectivos.

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