Portugal espera vacinar população mais vulnerável até meados de Abril

O governo português espera poder ter vacinado com pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 os grupos mais vulneráveis da sua população, protagonistas da primeira fase do plano de vacinação, antes de 11 de Abril, dia em deve arrancar a segunda fase do programa de imunização.

A data foi avançada na quarta-feira na Assembleia da República pelo coordenador do plano de vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo, que confia que até lá “100 por cento” dos utentes de lares de idosos, pessoas com mais de 80 anos e cidadãos com idade compreendida entre os 50 e os 79 anos com patologias de maior risco para a Covid estejam protegidos, nem que seja com uma das duas doses requeridas, dado que, indicou, apenas uma oferece já uma considerável barreira contra a doença.

Caso o calendário for cumprido, a segunda fase do plano português irá arrancar a 11 de Abril, destinada a cidadãos com idade superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e 64 anos com outras patologias de menor risco mas que ainda podem causar complicações, como a diabetes, a hipertensão, o cancro ou a obesidade.

Além disso, vai-se continuar com a inoculação de outros grupos incluídos na fase prioritária mas não considerados especialmente vulneráveis, como as forças de segurança e os professores.

Gouveia e Melo destacou que até 11 de Abril o país terá “o objectivo de salvar vidas praticamente resolvido a 100 por cento” e delineou as mudanças previstas para a segunda fase, na qual se espera que Portugal, muito afectado pelos atrasos das farmacêuticas no primeiro trimestre, acelere a vacinação.

A meta para o segundo trimestre é, segundo o vice-almirante, vacinar cerca de 100.000 pessoas por dia, “com picos que poderão chegar aos 150.000” num só dia.

Para tal serão habilitados 150 postos de “vacinação rápida”, para o qual são necessários 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 assistentes, precisou. Estes serão profissionais vindos “essencialmente” do serviço nacional de saúde, “embora será necessário contratar mais alguns”.

Nesse sentido, Gouveia e Melo indicou que poderão ser derivados do SNS 1.800 enfermeiros para a tarefa, dando a entender que os restantes necessários para o plano serão novas contratações.

Segundo os últimos dados oficiais, Portugal inoculou com uma dose quase 1.150.000 pessoas (11,3 por cento da população) e outras 469.000 (4,6 por cento) receberam as duas doses, estando já imunizadas.

O governo português tem como objectivo ter 70 por cento da população imunizada até ao final do Verão.

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