Macau. Polícia admite acções judiciais contra residentes detidos no Tap Seac

A forças de segurança de Macau deixaram claro na segunda-feira que não descartam a possibilidade de que as doze pessoas que foram detidas no domingo na praça do Tap Seac possam a vir a ser alvo de uma acção judicial. Os doze detidos, entre os quais vários idosos,  não foram acusados, mas um porta-voz do Corpo de Polícia de Segurança Pública recorda que o caso ainda se encontra a ser investigado.

A PSP não exclui a possibilidade de poder avançar com uma acção judicial contra as seis mulheres e seis homens detidos, que podem ter que vir a responder pelo crime de reunião ilegal. A Direcção dos Serviços de Saúde proibiu no sábado o protesto, promovido pelo deputado Au Kam San e por uma associação laboral ligada ao sector do jogo, contra o plano de incentivo ao consumo, anunciado em meados do mês pelo Secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. Ainda dirigido por Lei Chin Ion, o organismo justificou a organização por não conseguir garantir que as medidas e os esforços de prevenção da pandemia sejam cumpridos. A proibição, da parte dos Serviços de Saúde, surgiu depois da própria Polícia de Segurança Pública ter autorizado o protesto.

Os organizadores da iniciativa foram notificados na véspera do protesto, durante uma reunião que mantiveram com as autoridades de saúde na qual foram avisados que “os infractores podem ser acusados da prática de um crime de desobediência”.

Au Kam San, que organizava o protesto com Ng Kuok Cheong e com a Associação de Direito dos Trabalhadores de Jogo de Macau, liderada por Cloee Chao, pediu na manhã de domingo nas redes sociais para que a população não se reunisse no Tap Seac, local onde estava previsto o início da manifestação. O deputado temia eventuais mal-entendidos e que alguém pudesse vir a ser acusado de reunião ilegal.

O protesto foi convocado porque os organizadores entendem que o plano de incentivo ao consumo, que contemplava entre outros mecanismos, cupões electrónicos de desconto, não respondia às necessidades dos mais idosos e das pessoas com poucos recursos económicos.

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