A lava não fluía nas imediações da capital islandesa desde o século XIII: uma pequena erupção vulcânica sem consequências de maior continuou a atrarir curiosos a cerca de quarenta quilómetros de Reykjavik, produzindo fluxos de magma vermelho incandescente.
Após uma intensa actividade sismíca que se prolongou por três semanas e um alerta de erupção, um fluxo de lava finalmente jorrou sexta-feira à noite por volta das 20h45 de uma fissura no solo em Geldingadalur, perto da montanha Fagradalsfjall, iluminando a noite.
Novas imagens espetaculares feitas na manhã de sábado a partir de um helicóptero da Guarda Costeira mostravam fluxos de lava e fumarolas de gás azul no local da erupção, num pequeno vale na península de Reykjanes, a sudoeste de Reykjavik e na ponta sudoeste da Islândia: “A erupção é considerada pequena e a fissura eruptiva é estimada em cerca de 500 a 1.000 metros de comprimento. A lava ocupa menos de 1 km2 e há pouca actividade eruptiva”, de acordo com o último relatório do Instituto Meteorológico da Islândia.
O sistema vulcânico de Krysuvik está localizado ao sul da montanha Fagradalsfjall, na península de Reykjanes, sudoeste da Islândia.
O Aeroporto Internacional de Keflavik e o pequeno porto de pesca de Grindavik ficam a apenas alguns quilómetros de distância, mas a área é desabitada e a erupção não deve representar perigo.
Os islandeses foram intimados a não ir ao local e os moradores a manterem as janelas fechadas por precaução, devido aos gases potencialmente perigosos para os humanos. O tráfego continua a ser o normal no aeroporto de Keflavik.
As erupções vulcânicas da região são efusivas, ou seja, a maior parte da lava corre em direcção ao solo, diferente das explosões que lançam nuvens de cinzas para o céu.
O Krysuvik está inactivo há 900 anos, de acordo com a entidade meteorológica, e a última erupção na península de Reykjanes ocorreu há quase 800 anos, por volta de 1240. A área está sob maior vigilância há semanas, pois a 24 de Fevereiro foi registrado um terremoto de magnitude 5,7 nas imediações dop monte Keilir, nos arredores de Reykjavik.
O terremoto foi seguido por um número incomum de tremores mais fracos: mais de 50 mil, a maior quantidade desde o início dos registos digitais em 1991.
Desde então, a actividade sísmica deslocou-se vários quilómetros para o sudoeste, concentrando-se em torno da montanha Fagradalsfjall, onde foi detectado magma apenas um quilómetro abaixo da superfície da Terra nos últimos dias.
As emissões de gases de vulcões, em especial dióxido de enxofre, podem ser elevadas nas proximidades do local de uma erupção e representar um perigo para a saúde, chegando até a ser fatal. À distância, dependendo do vento, a poluição pode exceder limites aceitáveis.
Localizada na cordilheira mesoatlântica, onde as placas tectónicas da Eurásia e da América do Norte divergem, a Islândia é a maior e mais activa região vulcânica da Europa, com 32 vulcões ou sistemas vulcânicos considerados activos.
Com erupções em média a cada cinco anos, a mais recente ocorreu entre Agosto de 2014 e Fevereiro de 2015 numa área desabitada no centro do país, no sistema vulcânico de Bardarbunga.
Mas a mais famosa da era moderna é a do Eyjafjallajökull em 2010, no sul da ilha. A sua enorme nuvem de fumo causou a maior perturbação aérea em tempos de paz, paralisando os céus europeus por quase um mês. Um cenário que desta vez é excluído pelas autoridades.
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