Um artigo científico escrito em co-autoria por um astrobiólogo português actualmente vinculado ao Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Linar e Planetária da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau foi considerado pela revista Nature um dos seis mais infuentes publicados em 2020. O contributo dado por André Antunes é visto pela conceituada revista como particularmente relevante para a exploração das luas Europa e Encélado.
Vinculado à Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, o astrobiólogo, natural de Coimbra, estuda sobretudo a capacidade dos ambientes extremos para comportar vida, um conhecimento que pode ser fundamental para identificar as condições e os contextos propícios ao desenolvimento de vida extraterrestre. Europa, uma das 66 luas de Júpiter, e Encélado, o sexto mais satélite natural de Saturno, têm atraído a atenção dos investigadores por apresentarem ambientes extremos onde a vida, em teoria, poderia ser possível: “O artigo, com co-autoria do Professor Associado André Antunes e intitulado ‘Experimental and Simulation Efforts in the Astrobiological Exploration of Exooceans’, é o culminar do trabalho desenvolvido por uma equipa transdisciplinar internacional, que coletou estudos experimentais e de modelação de várias áreas científicas ligadas à exploração dos oceanos das luas geladas do Sistema Solar”, lê-se num comunicad publicado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.
André Antunes integrou a equipa multi-disciplinar da MUST que em Julho do ano passado colaborou com a Administração Espacial Nacional da China no sentido de desenvolver modelos geofísicos, matemáticos e meteorológicos que possam permitir que um módulo de exploração chinês pouse em segurança na superfície de Marte, um procedimento que apenas a norte-americana NASA conseguiu alcançar até ao momento.
A missão chinesa, que ao longo das últimas semanas enviou para a Terra vários registos fotográficos da superfície do planeta vermelho tem ainda por objectivo estudar a radiação e procurar água e vida no planeta: “Do ponto de vista de descoberta, aquilo que nós gostaríamos de ter mais a médio prazo [seria] a descoberta de vida em Marte ou indícios de que a vida já existiu em Marte”, disse na altura o investigador, em declarações à agência Lusa.
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