A campanha de vacinação contra a Covid-19 no Japão está a avançar a passos lentos e a culpa é da falta de vacinas, mas também da escassez de seringas especiais. A lacuna expõe os desafios enorme que o país enfrenta para cumprir a meta de vacinar todos os adultos até o final do ano.
A campanha começou há três semanas e pouco menos de 46.500 doses tinham sido administradas a profissionais de saúde da linha de frente até sexta-feira.
Ao ritmo actual, seriam necessários 126 anos para vacinar os 126 milhões de habitantes do Japão, mas as vacinas disponíveis devem aumentar nos próximos meses.
Em contraste, a Coreia do Sul, que iniciou a vacinação uma semana depois, já tinha administrado quase sete vezes mais vacinas até domingo.
Ao contrário de muitos outros países, o Japão exige que testes clínicos para novos remédios, inclusive vacinas, sejam realizados com pacientes japoneses, o que constitui um obstáculo ao processo de aprovação.
Até agora, só a vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech foi aprovada no país. Os testes clínicos das vacinas da AstraZeneca e da Moderna já foram realizados no Japão, e as vacinas estão à espera de aprovação regulatória: “A sensação de urgência no governo não é, parece-me, semelhante à de outros países do G7”, disse Haruka Sakamoto, médico e investigador da Universidade Keio, que explica o fenómeno em parte com os números comparativamente baixos de casos e mortes no Japão em relação a outros países do mundo.
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