A República Popular da China rejeitou na terça-feira a alegação, feita por uma empresa de segurança cibernética, de que um grupo de hackers apoiado pelo governo chinês tivesse como alvo os sistemas informáticos de dois fabricantes indianos de vacinas contra o coronavírus.
A Cyfirma disse à agência Reuters que o grupo de hackers APT10, conhecido como Stone Panda, identificou lacunas e fragilidades na infraestrutura de IT e no software da cadeia de abastecimento da Bharat Biotech e do Instituto Serum, o maior fabricante mundial de vacinas: “Sem mostrar nenhuma evidência, a parte relevante fez especulações infundadas, distorceu e inventou factos para difamar um entidade específica”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China à agência Reuters.
“Este comportamento é irresponsável e tem segundas intenções. A China opõe-se firmemente a isso”, acrescentaram as autoridades chinesas em resposta por escrito a perguntas sobre as alegações da Cyfirma. Questionada sobre o comentário da China, a Cyfirma, empresa apoiada por investidores a como Goldman Sachs, disse num comunicado que mantinha o teor das constatações.
O Instituto Serum não quis comentar. A Bharat Biotech, que disse na segunda-feira não fazer comentários sobre assuntos relacionados com a pirataria informática, reiterou na terça-feira a posição.
O gabinete do director-geral da Equipe de Resposta a Emergências Informáticas da Índia disse à agência Reuters na segunda-feira que a informação relativa ao ataque foi entregue ao seu director de operações, e não avançou com mais detalhes.
O Serum está a produzir a vacina da AstraZeneca para muitos países e em breve vai começará a fabricar a Novavax, enquanto a Bharat Biotech planeia exportar a sua vacina Covaxin para dezenas de países, como o Brasil e as Filipinas.
A China e a Índia já venderam ou doaram vacinas contra a Covid-19 a muitos países. A Índia produz mais de 60 por cento de todas as vacinas vendidas no mundo.
As relações entre os dois vizinhos azedaram em Junho, quando 20 soldados indianos e quatro chineses morreram em confronto na fronteira do Himalaia. Negociações recentes aliviaram a tensão e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse que ambos os lados estão a trabalhar para salvaguardar a paz na região fronteiriça.
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