A chilena Michelle Bachelet, Alta Comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, disse na sexta-feira que a China está a restringir as liberdades civis e políticas básicas em nome da segurança nacional e de medidas de combate à Covid-19. A responsável engrossou um coro de críticas ao histórico de direitos humanos do país.
“Activistas, advogados e defensores dos direitos humanos – além de alguns cidadãos estrangeiros – enfrentam acusações criminais arbitrárias, detenção ou julgamentos injustos”, disse Bachelet durante a mais recente sessão do Conselho de Direitos Humanos.
Em Hong Kong, mais de 600 pessoas estão a ser investigadas por participar em protestos, algumas enquadradas na nova lei de segurança nacional imposta pelo Partido Comunista à antiga colónia britânica, disse a responsável.
A secretária de Justiça de Hong Kong, Teresa Cheng, defendeu em Genebra que, desde que a lei foi adoptada, os tumultos civis diminuíram e os residentes podem desfrutar em segurança dos seus direitos legais.
Em relação à região chinesa de Xinjiang, Bachelet disse que, dados os relatos de detenções arbitrárias, maus tratos, violência sexual e trabalho forçado, existe a necessidade de uma avaliação minuciosa e independente da situação.
Bachelet disse que espera chegar a um acordo com as autoridades chinesas a respeito de uma visita ao país. Louise Arbour foi a última Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU a visitar a China em Setembro de 2005.
Activistas e especialistas da Organização das Nações Unidas dizem que pelo menos um milhão de muçulmanos uigures estão detidos em campos de Xinjiang. A China nega os abusos e diz que os campos limitam-se a oferecer formação profissional e são necessários para combater o extremismo islâmico.
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