A Polícia de Segurança Pública terá detido quatro trabalhadores não-residentes de nacionalidade birmanesa que conduziram um protesto simbólico na Rotunda Carlos da Maia contra o golpe de Estado conduzido pelo Exército do Myanmar no início do mês.
A informação foi esta segunda-feira avançada pelo portal Macau Concealers, que adianta ainda que as autoridades do território terão confiscado o “blue card” e ordenado a expulsão do território de pelo menos um dos detidos.
De acordo com plataforma noticiosa, que cita a informação avançada por outros trabalhadores não-residentes oriundos do Myanmar, os quatro manifestantes não empunharam quaisquer cartazes, não gritaram palavras de ordem e não importunaram os demais transeuntes com altifalantes, tendo-se limitado a cantar temas tradicionais do Myanmar e a exibir uma fotografia de Aung San Suu Kyi.
Apesar de simbólico, o protesto acabou por chamar a atenção da Polícia de Segurança Pública, que procedeu à detenção dos trabalhadores não-residentes, confiscando o “blue card” a pelo menos um dos detidos. O homem terá sido informado pelas autoridades de que seria expulso assim que as ligações aéreas à antiga Birmânia forem restabelecidas.
O Macau Concealers contactou as autoridades policiais, com a Polícia Judiciária a refutar a autoria das detenções. Já o Gabinete do Corpo de Polícia de Segurança Pública adiantou “que está a acompanhar” o caso.
A 1 de Fevereiro o exército da antiga Birmânia declarou o estado de emergência e assumiu o controlo do país. A chefe do Governo, Aung San Suu Kyi, foi detida. Além da líder de facto e Prémio Nobel da Paz, também o Presidente do país, Win Myint, e vários líderes políticos foram encarcerados.
O Exército de Myanmar, que ocupou o poder de 1962 a 2011, já prometeu organizar novas eleições quando terminar o estado de emergência, declarado pelo período de um ano.
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