A antiga patinadora japonesa Seiko Hashimoto, que participou em sete Jogos Olímpicos, foi escolhida como presidente do comité organizador das Olímpiadas de Tóquio-2020, substituindo o antigo responsável, que renunciou depois de causar furor com comentários de natureza sexista.
Yoshiro Mori, antigo primeiro-ministro de 83 anos, deixou o cargo de presidente da Comissão Organizadora de Tóquio-2020 na semana passada depois de dizer que as mulheres falam demais. A demissão constituiu mais um revés para um evento já ofuscado pelo adiamento de um ano devido à pandemia de Covid-19.
Hashimoto anunciou ter sido escolhida pouco depois de ter apresentado a demissão de chefe de gabinente do primeiro-ministro Yoshihide Suga, que a incentivou a levar a bom porto umas Olimpíadas bem-sucedidas.
“Eu, Seiko Hashimoto, fui seleccionada como chefe do Comité Organizador da Olimpíada e da Paralimpíada de Tóquio”, disse a responsável após a reunião na qual foi escolhida como a nova responsável pelo projecto: “Como estou a assumir uma responsabilidade tão séria, sinto que preciso me preparar.”
Hashimoto enfrenta uma série de desafios de monta, o maior dos quais é o facto de os Jogos Olímpicos estarem praticamente à porta, sem que pandemia de Covid-19 tenha sido controlada.
Nascida pouco dias antes de o Japão sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 1964, Hashimoto participou em quatro Olimpíadas de Inverno como patinadora de velocidade e em três Olimpíadas de Verão como ciclista.
O seu nome tem por base o caractér chinês que significa ‘chama olímpica’ e Hashimot não fraudou, ao tornar-se a japonesa que participou no maior número de Olimpíadas.
A parlamentar de 56 anos do partido no poder no Japão, Hashimoto actuou como ministra da Olimpíada, e desempenhou o cargo de ministra do Empoderamento Feminino, de 2019 até sua renúncia esta quinta-feira.
Suga provavelmente nomeará Tamayo Marukawa, ex-apresentador de televisão e também deputado, para o posto de Hashimoto, noticiou a emissora pública NHK. Marukawa, de 50 anos, já ocupou o cargo durante um ano.
Os critérios para a nova liderança do comité organizador incluem uma compreensão profunda da igualdade de género e da diversidade, além da capacidade de praticar estes valores durante os Jogos, disseram os organizadores.
O evento deve arrancar no dia 23 de Julho, apesar de diversas sondagens de opinião terem mostrado que a maioria dos cidadãos é contra a sua realização este ano por causa da pandemia.
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