Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala é a primeira mulher à frente da OMC

A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala foi eleita esta segunda-feira como directora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), tornando-se assim na primeira mulher à frente do organismo, segundo confirmou o próprio em comunicado.

Okonjo-Iweala, nascida em 1954, é também a primeira dirigente africana a comandar a organização, liderada nos últimos sete anos pelo brasileiro Roberto Azevedo.

A decisão foi tomada por consenso dos 164 membros da OMC no Conselho Geral realizado esta segunda, e a africana vai assumir oficialmente o cargo no próximo dia 1 de Março para um mandato de quatro anos.

Estavam oito candidatos na disputa para suceder a Azevedo, e duas mulheres passaram à fase final: a própria Okonjo-Iweala e a sul-coreana Yoo Myung-hee, que desistiu da corrida no início deste mês devido à falta de apoios.

A candidata nigeriana já tinha sido nomeada em Outubro de 2020 para o cargo de directora-federal, mas a delegação dos Estados Unidos mostrou-se contra na época e a favor da sul-coreana, motivo pelo qual foi decidido adiar o processo eleitoral.

Okonjo-Iweala foi a primeira mulher a tornar-se ministra das Finanças da Nigéria, cargo que ocupou duas vezes, de 2003 a 2006 e de 2011 a 2015, e a primeira a comandar o Ministério dos Negócios Estrangeiros, por apenas três meses, em 2006.

Ao nível internacional, ocupou cargos de responsabilidade em várias entidades, incluindo o de directora-geral do Banco Mundial e presidente da GAVI Alliance, cargo que ocupa actualmente de forma independente.

O seu antecessor na OMC, Roberto Azevedo, deixou o posto um ano antes do final do mandato para se tornar director da multinacional PepsiCo.

Okonjo-Iweala assume a liderança de uma organização que passou por anos de crise devido à estratégia dos EUA, durante a gestão do presidente Donald Trump, de paralisar a nomeação de juízes do seu Órgão de Apelação, a principal instância de resolução de litígios da OMC.

Além disso, a agência, que em 2020 celebrou 25 anos como sucessora do Acordo Geral de Tarifas e Comércio, não conseguiu avançar na negociação de novos mecanismos internacionais para regular o comércio durante mais de uma década devido à paralisação da Ronda de Doha, que começou em 2001.

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