Macau recebe na próxima quinta-feira um voo oriundo de Tóquio com mais de uma centena de passageiros a bordo, um episódio raro por estes dias e que o Governo considera de “alto risco”. Entre os passageiros estão vários residentes do território oriundos de Portugal.
O agravamento do cenário epidemiológico à escala global e os riscos de maior contagio associados à variante britânica do novo coronavírus são uma razão de forte preocupação para as autoridades do território, que estão a conduzir a operação de forma extremamente rigorosa para impedir qualquer foco de propagação comunitária.
A razão para um tão grande zelo prende-se com o facto de no voo viajarem passageiros que “regressam do Reino Unido e de Portugal”, países que são vistos como países de “alto risco” pelas autoridades de Macau, que não indicaram, no entanto, o número de viajantes oriundos de cada país. Entre as exigências mais importantes que os passageiros têm de cumprir, destaca-se a apresentação de um teste negativo realizado até 72 horas antes do voo e ainda o cumprimento de um longa quarentena de 21 dias à chegada a Macau.
Outros preceitos incluem a obrigatoriedade de usar equipamento de protecção individual durante o voo, durante o qual não serão distribuídos alimentos e bebidas. Os passageiros são ainda aconselhados a não utilizarem a casa de banho. As autoridades vão distribuir fraldas entre os passageiros, que incluem idosos e crianças.
A ligação aérea é uma das raras oportunidades para que muitos dos residentes retidos fora de Macau possam regressar ao território, depois das autoridades de Taiwan terem anunciado no final de Dezembro a proibição de entrada a estrangeiros. A Formosa não permite sequer que se mantenham os voos de trânsito que permitiam ligar a RAEM a outros destinos internacionais como Portugal.
No final de Dezembro, o Consulado Geral de Portugal em Macau anunciou que estava a conduzir contactos com as autoridades locais para ajudar a regressar os portugueses residentes no território, muitos dos quais se deslocaram a Portugal por ocasião do Natal: “O Consulado Geral de Portugal tomou conhecimento da situação de diversos portugueses com estatuto de residente na RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] que se encontram em Portugal e pretendem regressar a Macau”, escreveu na altura a representação diplomática no território.
Macau não regista casos há cerca de sete meses, está há quase nove meses sem identificar contágios locais e sem contabilizar qualquer morte ou infecções entre profissionais de saúde.
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