
De reservas de hotéis canceladas antes do Ano Novo Lunar ao aço acumulado nas fábricas devido a restrições de transporte na província de Hebei, a batalha da República Popular da China contra uma nova vaga de infecções por Covid-19 prejudica o que tem sido uma recuperação económica dramática.
O número de novos casos na China está no nível mais alto em mais de dez meses, levando ao lockdown de 28 milhões de pessoas em duas províncias, interrompendo a logística e a actividade industrial, com milhões de pessoas que deverão descartar os planos de viagens nas festividades do Ano Novo Lunar, num novo revés nos esforços do Governo Central para lançar o consumo interno.
A economia da China recuou 6,8 por cento no primeiro trimestre do ano passado. Graças em parte ao aumento da procura global por produtos electrónicos e equipamentos chineses para protecção contra o coronavírus, a China parece destinada a ser a única grande economia a crescer em 2020, com margens de crescimento que devem rondar os 2,1 por cento.
Com a extensão geográfica limitada dos surtos, a melhoria dos testes e contenção, os economistas não preveem nada que se aproxime de uma repetição do que aconteceu no primeiro trimestre do ano passado, quando o aparecimento do coronavírus resultou numa contracção económica de 6,8 por cento
A procura pelo fabrico e exportação permanece robusta. Mas os economistas dizem que o consumo, que normalmente responde por mais da metade da economia e perde ainda em relação à recuperação mais ampla, pode sofrer um golpe.
As autoridades têm recomendado às pessoas que não viajem no período do Ano Novo Lunar, que começa a 11 de Fevereiro e é normalmente um período que implica gastos em viagens, comida e presentes: “O agravamento da situação do coronavírus afetará a actividade económica e os mercados podem precisar de moderar as suas expectativas de forte procura durante o Festival da Primavera”, escreveram analistas da Nomura numa nota divulgada esta semana.Mas Julian Evans-Pritchard, economista sénior da Capital Economics para a China, defende que pode haver um lado económico positivo: “Um motivo pelo qual muitos fabricantes participaram rapidamente dos esforços oficiais para desencorajar viagens é que isso permite que se mantenham as fábricas a funcionar durante o Ano Novo Lunar”, escreveu o analista, num comunicado enviado às redacções esta sexta-feira.
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