Capitólio. Polícias comparam assalto a batalha medieval

Alguns dos agentes da polícia de Washington que no passado dia 6 defenderam o Capitólio de um assalto protagonizado por apoiantes do presidente Donald Trump, compararam o incidente com uma batalha medieval, na qual temeram pela sua vida depois de terem sido atacados e golpeados violentamente.

“Não estávamos a lutar contra 50 ou 60 vândalos (…) Estávamos a lutar contra 15.000 pessoas. Parecia uma cena de uma batalha medieval”, disse um deles, Michael Fanone, em declarações recolhidas pelo jornal The Washington Post.

Nos vídeos publicados na Internet sobre o assalto é possível ver a multidão a arrastar este agente pela escadaria do Capitólio e a bater-lhe de forma violenta, momento no qual, segundo relatou, pôde ouvir um dos assaltantes gritar: “Temos um, temos um. Matem-no com a sua própria arma!”.

Era uma luta “corpo a corpo”, como uma cena de bárbaros, em que foram atingidos pelos seus próprios cassetetes e escudos, segundo indicou.

De acordo com o depoimento de um outro agente, o oficial Robert Glover, os atacantes actuavam de forma militar e bateram-lhes com bastões e até extintores de incêndio. Sob o comando de Glover, outro dos agentes, Ramay Kyle, relatou ter tido a certeza de que seriam “invadidos” pela multidão, levando-o a retroceder posições: “Era quase impossível respirar” depois dos assaltantes terem lançado granadas de fumo e gases tóxicos, segundo Kyle, que disse que “todos acreditávamos que estávamos a lutar pelas nossas vidas”.

O oficial Daniel Hodges destacou o “fanatismo” da multidão e admitiu que houve alturas em que pensou que iria morrer ou ficar gravemente desfigurado devido aos golpes que recebeu.Não quis disparar porque sabia que eles também estavam armados e porque pensava que um tiroteio entre os dois lados resultaria num número ainda pior de mortos e feridos.

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