Festa clandestina com 2500 pessoas causa alarme em França

French Gendarmes control youth driving a van following the break up of a party near a disused hangar in Lieuron about 40km (around 24 miles) on south of Rennes, on January 2, 2021. - A wild party that began on December 31 evening in Lieuron, still gathered on January 1 around 2,500 participants "from different departments and from abroad", according with a press release from the prefecture of Ille-et-Vilaine. (Photo by JEAN-FRANCOIS MONIER / AFP) (Photo by JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP via Getty Images)

Cerca de 2.500 pessoas participaram  numa festa ilegal de passagem de ano no noroeste da França, gerando violentos confrontos com a polícia, que não foi capaz de deter os foliões. As circunstâncias fizeram disparar e aumentar a preocupação com a disseminação do coronavírus, informaram as autoridades francesas na sexta-feira.

O evento decorreu em Lieuron, a sul de Rennes, no departamento da Bretanha. Os relatos indicam que a festa aconteceu num armazém vazio que pertence a uma empresa de transportes e armazenamento.

Muitos veículos e foliões ainda estavam no local na manhã de sexta-feira. A maior parte das pessoas que participaram no evento não usavam máscara, e a música ainda se fazia ouvir a centenas de metros de distância, no momento em que um cordão sanitário foi montado pelas autoridades francesas.

Num comunicado, as autoridades do departamento de Ille-et-Vilaine informaram que os agentes locais tentaram “evitar a comemoração, mas enfrentaram a hostilidade feroz de muitos dos convidados”.

Ainda de acordo com a nota de imprensa, “um veículo da gendarmeria foi incendiado, e outros três danificados, ao mesmo tempo que os foliões lançaram nos militares garrafas e pedras, que lhes provocaram ferimentos leves”.

De acordo com as autoridades regionais, o número de foliões foi estimado em cerca de 2.500 pessoas, “provenientes de diferentes departamentos e do exterior”. As autoridades “instalaram no local um grande dispositivo da gendarmeria para proteger os arredores do local e as rotas do tráfego”.

“Jo”, um dos participantes procedentes da Alsácia, no leste da Franç), disse que chegou ao local na quinta à noite, depois de se ter reunido com outros dos participantes no parque de estacionamento de um centro comercial. Depois, seguiram para Lieuron, onde a polícia tentou evitar a sua passagem, com gás lacrimogêneo, explicou. “Jo” explicou que estiverem presentes foliões da Bélgica, da Grã-Bretanha e de Espanha.

Equipas de socorristas foram mobilizados para o local para distribuir álcool-gel e máscaras, de modo a “limitar o risco de propagação do vírus dentro do evento”. A festa foi proibida por decreto do órgão administrativo da polícia.

As grandes concentrações estão estritamente proibidas em França para evitar a disseminação da Covid-19. Um toque de recolher das 20 às 6 horas da manhã vigora em todo país e não foi suspenso na passagem de ano, tendo sido mesmo antecipado desde sábado em quinze departamentos do norte e do nordeste do país.

O Ministério Público iniciou uma investigação pela “organização ilegal de uma reunião festiva de caráter musical” e pela “violência intencional contra as pessoas que ostentam o poder público”.

Na cidade de Marselha, no sul, as forças de segurança interromperam uma celebração ilegal que reunia cerca de 300 pessoas, disse a polícia. Mais de 150 pessoas foram alvo de advertências e os três supostos organizadores foram detidos..

Gerald Darmanin, o ministro do Interior, disse que 132.000 policiais foram mobilizados me toda a França na véspera de Ano Novo para garantir a segurança e o respeito pelo recolher obrigatório.

Na Dordonha (centro), uma festa temática alusiva à série de gangsteres “Peaky Blinders” e que reuniu cerca de 20 pessoas, resultou numa morte depois de um dos jovens presentes ter disparado contra outro com uma pistola, por razões ainda desconhecidas.

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