A Igreja de São Domingos, no largo homónimo, acolhe ao final da tarde deste sábado uma missa cantada em patuá, a primeira a ter uma das Igrejas do território como palco em vinte anos. A iniciativa é da responsabilidade do grupo Dóci Papiaçám di Macau, que este ano ficou privada dos grandes palcos por causa da pandemia de Covid-19.
O Pai Nosso e a Avé-Maria – mas também temas de cariz mais profano alusivos à quadra natalícia- vão ser esta tarde interpretados na “doce língua de Macau”, no âmbito de uma missa cantada protagonizada pelo grupo Dóci Papiaçám ao final da tarde deste sábado na Igreja de São Domingos.
Afastado este ano dos grandes palcos devido à pandemia de Covid-19, o grupo de teatro dirigido por Miguel de Senna Fernandes apostou na reabilitação de uma das facetas – o canto coral – que caracterizaram a acção do organismo durante os primeiros anos de vida dos Dóci, os últimos anos da administração portuguesa do território: “Por ocasião do Natal, nós já não cantámos na Igreja de São Domingos há vinte anos. Mas, pronto, vamos agora repetir a façanha”, adianta Miguel de Senna Fernandes. “A primeira vez que nós cantamos foi num acontecimento, para mim, cheio de significado. A primeira vez que nós cantamos foi no dia 19 de Dezembro de 1998, precisamente um ano antes da transferência de poderes. Havia um sentimento misto, quase em jeito de despedida daquilo que era antes. Havia muito sentimentalismo envolvido nisso. A segunda vez que nós cantamos foi no ano 2000, no dia 24 de Dezembro do ano 2000, na Missa do Galo”, explica o encenador e dirigente associativo.
“Vai haver melodias de Natal que toda a gente conhece. Vamos acompanhar a Missa. Vai haver a Avé Maria, que eu escrevi em patuá, o Pai Nosso em patuá. O objectivo é compor este cenário do Natal, com algo que seja da comunidade macaense, ainda por cima num contexto tão especial como este ano, em que importa fazer passar uma mensagem de esperança e de resiliência para os que precisam”, ilustra Miguel de Senna Fernandes. “Vai ser um Natal sentido por causa do ano terrível que nós passamos”, remata o encenador e maestro do Coro Dóci Papiaçam di Macau.
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