O presidente russo, Vladimir Putin, felicitou esta terça-feira o democrata Joe Biden pela sua vitória nas eleições presidenciais americanas de Novembro passado e expressou a sua esperança de que, apesar das suas diferenças, os dois países possam cooperar para resolver muitos dos problemas que o mundo enfrenta.
O líder russo, um dos últimos a felicitar Biden, quis esperar até que o Colégio Eleitoral confirmasse o democrata como presidente eleito, algo que aconteceu na segunda-feira.
“Por minha parte, estou pronto para a interacção e contactos consigo”, disse Putin no seu telegrama de felicitações publicado pelo Kremlin, que se referiu diversas vezes ao mau estado das relações nos últimos anos entre os dois países.
“As relações danificadas não podem ser danificadas. Já estão danificadas”, disse o próprio líder russo em Novembro passado no programa de televisão “Moscovo. Kremlin. Putin”.
No telegrama que enviou a Joe Biden, Putin deseja ao presidente eleito todo o sucesso e expressa confiança de que “a Rússia e os Estados Unidos, que têm uma responsabilidade especial quanto a segurança e estabilidade global, podem, apesar das suas diferenças, contribuir realmente para resolver muitos problemas e desafios que o mundo enfrenta actualmente”.
O presidente russo disse que, com isto em mente, uma cooperação russo-americana baseada nos princípios de igualdade e respeito mútuo “corresponderia aos interesses dos povos de ambos os países e de toda a comunidade internacional”, de acordo com o Kremlin.
Putin expressou a esperança de que a posição de Biden sobre o controlo de armas nucleares seja um elemento importante para “uma possível interacção no futuro”.
O único acordo de redução de armas nucleares em vigor entre as duas potências, START III, expira a 5 de Fevereiro, e os dois países ainda não chegaram a acordo sobre uma prorrogação e não negociaram novos termos.
Putin propôs em Outubro a prorrogação do tratado por um ano sem condições, mas sem mencionar a possibilidade de um congelamento mútuo do arsenal nuclear, como exigido pelos Estados Unidos da América, embora mais tarde o ministério dos Negócios Estrangeiros tenha esclarecido que Moscovo está preparado para dar este passo durante doze meses se o pacto de redução de armas nucleares for prorrogado pelo mesmo período.
Embora durante os últimos quatro anos as acusações de interferência russa nos EUA tenham sido contínuas, Putin e o presidente cessante dos EUA, Donald Trump, mantiveram uma boa sintonia pessoal, exatamente o oposto da que existia entre o líder russo e Barack Obama.
Os especialistas russos acreditam que a chegada de Biden ao poder não irá melhorar as relações entre Moscovo e Washington, que estão no seu pior momento desde a Guerra Fria.
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